Segundo Jeferson Souza, Market Intelligence Analyst, em uma recente discussão sobre a produção nacional de fertilizantes, o Brasil enfrenta uma dependência quase total de fornecedores estrangeiros para suprir suas necessidades. Em 2024, a produção de Ureia no país foi de 0 kg, tornando o Brasil 100% dependente das importações.
No caso de nitrogenados em geral, a importação ultrapassou 96%, enquanto o potássio teve 96% de sua demanda suprida externamente. O único fertilizante com produção relevante no país foi o SSP, com mais de 2 milhões de toneladas no primeiro semestre, representando um crescimento de 16% em relação ao ano anterior.
A discussão de Souza levantou questionamentos importantes sobre a sustentabilidade dessa dependência. Ele questiona até que ponto essa situação é saudável para o agronegócio brasileiro e como um dos maiores produtores de alimentos do mundo pode não investir na produção de um insumo tão essencial como os fertilizantes. A falta de competitividade do Brasil em relação aos maiores produtores globais de fertilizantes também foi apontada como um obstáculo significativo.
Nesse contexto, uma certa retomada de antigos projetos para a produção de fertilizantes no Brasil gera esperanças, mas a análise dos números revela que a dependência externa vem crescendo ao longo dos anos. Isso levanta preocupações sobre a vulnerabilidade do setor agrícola brasileiro em meio à necessidade de garantir o fornecimento contínuo de insumos cruciais para manter a produção em expansão.
Em resumo, o Brasil segue altamente dependente das importações de fertilizantes, com destaque para o potássio e os nitrogenados, cujas necessidades externas ultrapassam 96%. Embora tenha havido um crescimento na produção de SSP e MAP em 2024, a ausência de produção de ureia e a queda significativa na produção de potássio reforçam a vulnerabilidade do setor. Apesar de um leve aumento na produção total, o país ainda precisa avançar em competitividade para reduzir essa dependência e garantir a segurança da sua produção agrícola.