De acordo com William I. Tierney, Jr., PhD, Chief Economist da AgResource Company, o Brasil pode enfrentar uma escassez de soja para exportação nos próximos 45 dias. Recentes dados de exportação indicam que as remessas de soja brasileira na última semana somaram 1,47 milhão de toneladas, uma queda em relação às 1,90 milhão de toneladas enviadas na semana anterior.
As projeções para agosto indicam exportações de 8,45 milhões de toneladas, enquanto setembro pode registrar entre 6,25 e 6,75 milhões de toneladas. Com 90,6% da projeção do USDA já comprometida, o ritmo atual de exportação pode esgotar o excedente disponível do país em um mês e meio .
Ao considerar a estimativa de produção da CONAB de 147,4 milhões de toneladas e a projeção de exportação de 92,4 milhões de toneladas, o ritmo atual de exportação se mostra acelerado, o que poderia levar ao esgotamento do excedente exportável do Brasil em poucos meses. Por outro lado, utilizando a estimativa de produção do USDA, que prevê 153 milhões de toneladas, as exportações estariam ligeiramente à frente do ritmo necessário para atender à projeção de 98 milhões de toneladas. Este cenário levanta dúvidas sobre a sustentabilidade das exportações de soja do Brasil nas próximas semanas.
A incerteza sobre a capacidade do Brasil de manter o ritmo de exportações reflete as complexidades inerentes ao mercado global de commodities agrícolas. Qualquer redução significativa na oferta brasileira poderia impactar os preços internacionais da soja, influenciando a demanda e os estoques globais. Assim, a evolução desta situação merece atenção especial dos analistas de mercado e dos stakeholders do agronegócio, que devem acompanhar de perto as próximas atualizações e ajustar suas estratégias conforme necessário.
