Entre os dias 19 e 23 de agosto, um grupo de Mato Grosso do Sul, composto por 34 representantes de 11 ecossistemas de inovação do Estado, realizou visita técnica ao corredor de inovação no Paraná, uma das regiões mais avançadas em inovação no Brasil. A iniciativa foi promovida pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e Sebrae/MS por meio do convênio MS Inova Mais, com o objetivo de absorver práticas inovadoras e fortalecer a troca de ideias.
Durante a missão, os participantes conheceram centros de referência em inovação, como parques tecnológicos, incubadoras e hubs de tecnologia, localizados nas cidades de Londrina, Maringá, Campo Mourão, Toledo, Cascavel e Foz do Iguaçu. “Esse aprendizado vai nos auxiliar a ajustar nossa rota de construção de uma cultura de inovação no Estado e, principalmente, induzir o nascimento de empresas, especialmente aquelas que desejam gerar valor pelo uso intensivo da pesquisa científica, da aplicação de tecnologias e da inovação”, comentou o secretário executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Semadesc e conselheiro do Sebrae/MS, Ricardo Senna.
“Nas visitas, observamos que esse processo de inovação ocorreu, invariavelmente, pela necessidade de encontrar soluções para problemas reais, seja nos setores produtivo, público ou na própria sociedade. Ou seja, na superação de problemas em setores tradicionais da economia”, acrescentou.
A programação começou em Londrina, onde o grupo conheceu o Instituto Estação 43, o Fórum Desenvolve Londrina e a estratégia de inovação do Sebrae/PR, que se tornou modelo em todo o país. A visita também incluiu a Sociedade Rural do Paraná (SRP), onde foram apresentadas as estratégias de inovação voltadas ao agronegócio, com destaque para o Agrovalley e a Cocriagro, que reúnem mais de 200 participantes, incluindo empresas líderes, cooperativas, produtores rurais, institutos de pesquisa e startups.
Em Maringá, a comitiva visitou o parque tecnológico Maringatech, que ocupa 14 mil metros quadrados em um antigo barracão do Instituto Brasileiro do Café, simbolizando a transição da economia baseada no café para uma era de produtos de alto valor agregado e inovação. O parque apoia startups e empresas de tecnologia em áreas como biotecnologia, mecânica e mecatrônica, servindo como ponto de conexão entre academia, setor privado e governo.
O grupo também esteve em Toledo e Cascavel, onde conheceu o Biopark, um parque tecnológico que visa atrair empresas, startups e instituições de ensino, promovendo inovação e desenvolvimento tecnológico, científico e econômico. Em Cascavel, visitaram o Espaço Impulso, um laboratório de inovação voltado para o agronegócio, inserido no Show Rural Coopavel e no Iguassu Valley, um ecossistema que fomenta a inovação no Oeste do Paraná e na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
A missão técnica foi encerrada em Foz do Iguaçu, com uma visita ao Itaipu Parquetec, um importante centro de inovação e tecnologia do Brasil. O parque abriga mais de 20 empresas e startups em áreas como inteligência artificial e segurança cibernética. O grupo conheceu o projeto Vila A Inteligente, um bairro modelo com tecnologia avançada para sustentabilidade e qualidade de vida, além de visitar a usina de Itaipu, uma das maiores geradoras de energia do mundo.
Ao final da missão, Iara Rodrigues, Agente Local de Inovação do ecossistema de Maracaju e professora da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), destacou a importância da troca de informações e do aprendizado proporcionado pela visita. “Ficou claro que a união entre os atores e a soma de esforços é o diferencial do Paraná. Como ouvi em Londrina: ‘Instituições criam os protocolos, mas são as pessoas que fazem acontecer’”, concluiu.