O mercado da soja enfrenta um cenário desafiador, segundo análise recente da TF Agroeconômica. Com a cotação de setembro em Chicago fechando em $988, o mercado ainda não atingiu o fundo do poço. A tendência é que o USDA aumente as estimativas de produção nos Estados Unidos, assim como no Brasil e na Argentina, o que poderá intensificar a pressão sobre os preços. Além disso, a China tem sido mostrada cada vez mais reticente em compras nos EUA, o que também contribui para essa pressão negativa.
A recomendação para os produtores brasileiros é clara: a cotação de maio de 2025, que fechou em $1.047,25, ainda permite um lucro em torno de 18,09%. Portanto, é aconselhável que os produtores fixem o preço para estes dados, a fim de evitar perdas futuras. A orientação é para vender desde novembro de 2023, quando os preços ainda estavam em R$ 150/saca, um lucro de 45%.
Entre os fatores de alta, destaca-se a greve na Argentina, que afeta as exportações de grãos. A greve dos sindicatos petrolíferos no setor agro-exportador causou uma queda significativa no número de caminhões que entram nos terminais portuários de Gran Rosario, impactando a economia e as exportações. A disputa envolve questões relacionadas ao Imposto de Renda, que gerou o conflito ao afetar o movimento dos trabalhadores do setor.
Por outro lado, alguns fatores de baixa também influenciam o mercado, como o bom estado das atividades nos EUA, que podem levar o USDA a aumentar as estimativas de rendimento e produção no próximo relatório. Estimativas privadas já indicam um aumento no rendimento médio para 3.531 kg por hectare e uma colheita de 121,63 milhões de toneladas. Além disso, a queda do dólar e das cotações em Chicago fez com que os preços no Brasil recuassem 2% no dia, 2,88% na semana e 1,56% no mês, com uma queda acumulada de 5,23% em relação ao final de 2023.