Três semanas atrás, a TF Agroeconômica fez uma análise detalhada das oportunidades de lucro para os sojicultores brasileiros. Na ocasião, foi identificado um lucro de 26,5% e uma recomendação enfática de venda foi emitida. Hoje, esse lucro caiu para 16,84%. Embora menor, ainda representa uma margem significativa.
A situação, no entanto, é permeada por fatores imponderáveis que podem mudar drasticamente o cenário. Um exemplo é a potencial guerra comercial que o ex-presidente Donald Trump poderia iniciar contra a China. Se essa guerra se desenrolar nos mesmos moldes da anterior, em que os preços em Chicago caíram, mas os prêmios nos portos brasileiros atingiram níveis altíssimos, isso poderia beneficiar o Brasil.
“Os estoques chineses de soja aumentaram para 7,2 milhões de toneladas, os maiores desde junho de 2023. E a margem de esmagamento para a safra nova (março e abril de 2025) está positiva, dando suporte a novas negociações”, comenta.
Entretanto, apostar todas as fichas nesse cenário é arriscado. Segundo um analista americano do Market Minute, existe a possibilidade de Trump, em uma segunda fase de pressão, obrigar a China a comprar um volume maior de soja americana, superior aos atuais 25%. Isso poderia resultar em um efeito contrário, desfavorável ao Brasil.
“A CFTC-Commodities Futures Trading Comission mostrou que os Fundos de Investimento expandindo seus 13.145 contratos líquidos vendidos durante a semana para -185.750 contratos. Já o setor comercial estava do outro lado dessas negociações e adicionou 20.369 contratos às suas posições longas líquidas na semana encerrada em 16 de julho”, completa.
Diante dessas incertezas, a recomendação da TF Agroeconômica é clara: agarre o lucro disponível agora e reserve apenas uma pequena parte, cerca de 10%, para especulações futuras. Esse conselho visa garantir que os agricultores maximizem seus ganhos enquanto mitigam riscos associados a variáveis imprevisíveis no mercado global.