O recente Terceiro Congresso Internacional de Controle Biológico (ICBC3), sediado em San José, Costa Rica, reuniu especialistas globais em um fórum crucial para avanços na agricultura sustentável. O evento destacou a crescente importância dos produtos de controle biológico como uma alternativa segura e sustentável aos agroquímicos tradicionais, visando combater pragas e doenças nas plantações.
Com um mercado global de biocontrole avaliado em US$ 6 bilhões em 2022, em contraste com os US$ 252,6 bilhões do mercado de agroquímicos, o congresso sublinhou a necessidade de ampliar a adoção desses produtos. Especialistas presentes enfatizaram que essa transição é crucial diante das mudanças climáticas e da necessidade de garantir segurança alimentar para uma população mundial projetada para alcançar 10 bilhões até 2050.
Um dos momentos de destaque do congresso foi o painel moderado pelo Dr. Ulrich Kuhlmann, do CABI, no qual Pedro Rocha, representando o IICA, ofereceu insights valiosos. Rocha discutiu estratégias para integrar produtos de controle biológico nos planos de Manejo Integrado de Pragas (MIP), promovendo sistemas agrícolas mais sustentáveis. Essa abordagem não apenas melhora a eficácia no controle de pragas, mas também reduz os impactos ambientais associados ao uso de pesticidas químicos.
“Embora não seja um obstáculo, devemos reconhecer que a heterogeneidade é um fator-chave a ser considerado. Heterogeneidade em termos de produtos, produtores, países, usuários e consumidores, entre outros. Para o pequeno produtor, os principais obstáculos podem estar relacionados à falta de conhecimento, que pode ser superada por meio da implementação de ações de capacitação. Também, a ausência de programas de extensão e transferência, relacionados ao ponto anterior, e uma grande limitação é que requer investimento. Finalmente, a má comunicação e o charlatanismo”, comenta.
O ICBC3 também serviu como plataforma para compartilhamento de pesquisas recentes e inovações tecnológicas no campo do controle biológico. Avanços significativos foram apresentados, destacando novas formulações, métodos de aplicação mais eficientes e o papel crucial da educação e treinamento dos agricultores na adoção dessas tecnologias.
Ele afirma que é importante “trabalhar do ponto de vista regulatório nos países que o exigem, incluindo a revisão e proposta de ajustes às regulamentações atuais. Além disso, promover a interação das autoridades nacionais competentes em diferentes países, promover a coordenação entre os atores, para o que foi criada a 'Plataforma Hemisférica de Bioinsumos', que incorpora pesquisadores, universidades, associações de produtores, reguladores e comerciantes. Por fim, dar continuidade às atividades de capacitação, incluindo o treinamento de reguladores em aspectos relacionados à avaliação do controle biológico e o fortalecimento das atividades de comunicação”, conclui.