Publicado em 02/05/2024 18h37

Cuidar do meio ambiente aumenta produtividade

"O que não medimos, não controlamos e o mesmo vale para carbono".
Por: Leonardo Gottems


Brasil tem oportunida única de captura de carbono - Foto: Pixabay

O tema da captura de carbono está sendo bastante discutido e relacionado com a produção rural, costumeiramente associado com o aumento da produtividade. De acordo com Mariana Caetano, CEO da Salva, esse tipo de prática, realizada com o uso da tecnologia, pode trazer alguns ganhos para o produtor rural.

“Nosso produtor rural é jovem e entende que a conservação do solo e dos recursos hídricos são seus principais ativos e precisam ser conservados para que ele tenha longevidade no negócio. Quando o produtor recebe um relatório demonstrando o quanto ele poderia remover de carbono - e no caso, inserir carbono em seu solo, o que eventualmente vai trazer redução de custos de adubação nitrogenada e de defensivos químicos, ele começa a ver redução de custos. O agricultor ganha, a comunidade, as cidades e o planeta”, comenta.

O Brasil está na dianteira desse movimento, já que a agropecuária tropical brasileira, bem manejada, é a única atividade produtiva que remove carbono. “Esse tema não é muito discutido, pois países de clima temperado não têm esse benefício por condições climáticas, mas quando se planta braquiária e o gado é criado solto no pasto, com integração lavoura, pecuária, floresta, seu ciclo geralmente será de remoção de carbono, ou seja, no Brasil podemos produzir gado cujo ciclo remova carbono em escala”, explica.

“No caso de grãos, com uso de mix de plantas de cobertura, sistemas de plantio direto e redução de adubos nitrogenados, a mesma coisa. O café, independente do manejo, quase sempre será removedor de carbono. Isso é fantástico, é um alerta de que a agricultura é uma grande solução para parte da crise climática”, completa.

Uma das formas de realizar essa remoção de carbono é aplicada pela Salva, que atende empresas, agroindústrias, bancos e cooperativas. A empresa usa o Protocolo GHG e faz uma coleta de carbono no solo para medir o quanto de carbono havia no solo no primeiro ano de projeto. “A partir daí, nossa plataforma recebe o arquivo preenchido e todos os cálculos e relatórios são gerados automaticamente”, indica.

“Um grande avanço em relação aos trabalhos feitos por consultorias que demoram meses para finalizar um relatório, enquanto nós geramos em alguns minutos. Desenvolvemos uma arquitetura de rede neural convolucional que identifica técnicas de manejo que aceleram os resultados. Aplicamos metodologias, métricas e equações científicas apropriadas para o clima tropical. Fazemos soluções agroclimáticas relacionadas às modelagens que medem impactos de eventos extremos”, conclui.

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