A edição de 2023 completa 27 anos ininterruptos com a maioria das empresas participando desde 1997. Este ano o patrocinador exclusivo é a empresa Alta Genetics do Brasil.
Participaram do ranking 17 laticínios e cooperativas, cinco empresas pela primeira vez, sendo nove cooperativas e oito empresas privadas. Seis empresas que integrariam esse ranking foram convidadas, mas não responderam. São elas Lactalis, Italac, Alvoar, Tirol, Vigor e DPA.
O Laticínios Bela Vista ocupou, pelo quarto ano consecutivo a primeira posição no ranking com captação de, aproximadamente 1,8 bilhão de litros de leite em 2023, crescimento de 13% em relação a 2022. A UNIUM, Intercooperação de Lácteos das cooperativas Frisia, Castrolanda e Capal, manteve o segundo lugar com, aproximadamente 1,5 bilhão de litros, um crescimento de 14%.
Outros dados de destaque da pesquisa:
- Diferentemente de 2022, quando houve uma queda na captação da soma das empresas que participaram do ranking em -2,4%, no ano de 2023 houve um crescimento de 5%. No mesmo sentido caminhou a Pesquisa Trimestral de Leite, divulgada pelo IBGE, que teve um crescimento no leite inspecionado de 2,5%.
- As 17 empresas participantes do ranking foram responsáveis por 72% no crescimento de captação de leite inspecionado total do Brasil do ano de 2022 para 2023.
- O leite entregue diretamente por produtores aos 17 maiores laticínios cresceu 6,5% contra uma queda de -2,7% no leite adquirido de terceiros.
- A captação das 17 empresas somou 9 bilhões de litros, representando 37% do total do leite sob inspeção no Brasil, que somou 24,5 bilhão de aproximadamente 1.800 laticínios sob todos os tipos de inspeção.
- O número de produtores caiu 4,2% em 2023 em relação ao ano de 2022. O tamanho médio das propriedades medido em litros/produtor/dia teve um crescimento de 10,5% passando de 426 em 2022 para 471 em 2023.
O presidente da ABRALEITE, Geraldo Borges, comentou:
"A conclusão que tiramos dos resultados do Ranking dos Laticínios de 2023 é que ele espelha a situação vivida no mercado. As indústrias comprando maior volume de leite, a despeito de todas as adversidades enfrentadas, provavelmente para ter maior escala de produção e reduzir custos. Treze das 17 empresas tiveram aumento na captação. O tamanho da produção diária média do produtor também em crescimento mostrando que a queda no número de produtores foi decorrente de aumento de custos e queda de rentabilidade, causando grande desestímo a milhares de produtos, sobretudo aos pequenos. O destaque deste Ranking é também a adesão de cinco novos laticínios que participaram pela primeira vez. A ABRALEITE vai continuar trabalhando para aumentar o número de empresas participantes, lembrando da importância de participarem, para termos mais dados e informações do nosso setor leiteiro, que carece muito de informações".
Segundo o 1° vice-presidente da ABRALEITE, Roberto Hugo Jank Jr "O número mostra que o leite está mais concentrado nos maiores laticiníos. Como a produção total do país não sobe há 10 anos, houve migração do leite informal para formal e dos menores laticínios para os maiores. Mas o fato dos laticinios maiores concentrarem mais leite não significa que a produção do país aumentou. A importação foi recorde e ocorreu por arbitragem cambial e custo internacional baixo, não por demanda.
Houve saída expressiva de produtores da atividade e quem está ficando, está crescendo".