O fornecimento de fertilizantes no Brasil diminuiu devido a conflitos geopolíticos, com as importações de Nitrato de amônio (NA) da Rússia zerando em fevereiro. Isso alertou o setor para os riscos de disponibilidade do material, segundo informações divulgadas pela GEP COSTDRIVERS. A dependência das importações torna o mercado agrícola brasileiro vulnerável a condições macroeconômicas globais, como guerras e inflação externa. Conflitos recentes, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, têm aumentado a incerteza no mercado de fertilizantes.
As importações de nitrato de amônio da Rússia para o Brasil foram afetadas pela guerra, com as importações zerando em fevereiro de 2024, resultando numa queda de 27,55% nas importações totais do país no primeiro trimestre em comparação com o ano anterior. No Oriente Médio, as importações de superfosfato simples de Israel caíram 60,55% no mesmo período devido ao conflito com o Hamas. As compras de ureia do Irã estão regulares, mas devem ser monitoradas de perto devido ao conflito com Israel.
“O atual cenário acende um alerta para o mercado principalmente porque não temos como prever o fim dos conflitos ou os próximos passos dos países envolvidos neles. Portanto, as projeções são pessimistas: espera-se que as quedas nas importações de alguns tipos de fertilizantes se mantenham durante o ano, colocando em risco a disponibilidade desses insumos”, afirma Isadora Araújo, economista da GEP COSTDRIVERS. “Quanto à produção doméstica, a expectativa é que haja uma queda de -4,13% este ano, em relação a 2023, que já tinha registrado uma redução”, complementa.
Apesar da queda nas importações, os preços médios FOB dos fertilizantes ainda caíram em março. Isso sugere que o mercado ainda não ajustou os preços para refletir a diminuição no fornecimento, devido aos altos juros e à demanda fraca.