Durante o último dia do Circuito de Palestras Showpec 2024, realizado durante a Expogrande, nesta terça-feira (9), o acesso a linhas de crédito para pequenos e médios produtores rurais, norteou os debates. Em meio às discussões, linhas de financiamento oferecidas pela Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO), através do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), ganharam destaque, com um foco especial nas mulheres empreendedoras e nas atividades de produção de leite.
Lançado recentemente pela Sudeco, o FCO Mulheres, oferece entre os benefícios o financiamento de até 100% do valor total do empreendimento, acréscimo de 1 ano para carência e 2 anos do prazo de pagamento em todas as linhas de financiamentos além dos que já são oferecidos pelo FCO, dispensa da apresentação de Carta-Consulta e limites diferenciados de capital de giro associado, podendo chegar até os 40%.
“Diante desse panorama, fica evidente o compromisso da SUDECO em promover o desenvolvimento sustentável do meio rural, investindo em iniciativas que capacitam e fortalecem os produtores, especialmente as mulheres empreendedoras. O lançamento do projeto é um marco significativo, oferecendo condições especiais para que as produtoras acessem recursos do FCO, com prazos estendidos, carências adicionais e dispensa de certas etapas burocráticas”, pontuou o assessor técnico da Sudeco, João Paulo Batista Cabral.
Além disso, foram apresentadas linhas específicas para impulsionar setores-chave da agricultura, como o FCO Leite. “Reconhecendo os desafios enfrentados pelos produtores de leite em meio a uma crise significativa. Essas linhas oferecem taxas mais atrativas e recursos subsidiados, visando fortalecer essas atividades fundamentais para a economia regional”, contou.
Ao apresentar o orçamento para 2024, Cabral deixou claro que há recursos disponíveis para impulsionar o desenvolvimento rural na região Centro-Oeste. No entanto, ressaltou que é fundamental que os produtores interessados busquem ativamente as instituições financeiras para acessar esses recursos.
“Com um orçamento total de 11,1 bilhões de reais, o FCO destina uma parcela significativa para o setor rural, com Mato Grosso do Sul recebendo uma fatia considerável desse montante, cerca de 24%, que seria em torno de 2,4 bi de reais, sendo 50% para o setor rural. O processo de obtenção de crédito envolve etapas específicas, mas as instituições estão prontas para orientar e auxiliar os produtores em cada passo do caminho”, explicou o assessor técnico.
Para o presidente do Sindicato Rural de Campo, Rochedo e Corguinho, entidade organizadora do evento, Alessandro Coelho, para atender um maior número de produtores, seria importante a diversificação da distribuição dos recursos, reduzindo a concentração do Banco do Brasil, que hoje é 85% do fundo.
“As cooperativas de crédito emergiram como parceiras fundamentais nesse processo, com sua capacidade de oferecer um atendimento personalizado e direto aos produtores, facilitando o acesso às linhas de crédito muitas vezes complexas para quem está no campo. Em um cenário onde a disponibilidade de crédito diretamente para as cooperativas ainda é limitada, o papel dessas instituições se torna ainda mais crucial. Propostas foram feitas para que pelo menos metade desses recursos fossem direcionados às cooperativas de crédito, além de considerar parcerias com instituições como a Caixa Econômica Federal, que poderiam ampliar o acesso ao crédito, especialmente para aqueles com menos familiaridade com os processos tradicionais”.