A produção de algodão no Brasil está prevista para alcançar um novo recorde na safra 2023/2024, atingindo 3,5 milhões de toneladas de algodão beneficiado, um aumento de 7,7% em relação ao ciclo anterior. Isso é impulsionado por um aumento significativo na área plantada, de 15,4%, chegando a 1,93 milhão de hectares, principalmente devido à migração de área de milho de segunda safra.
No entanto, a produtividade esperada é 6,7% menor do que na safra anterior, projetada em 1.809 quilos de pluma por hectare. Esses números estão alinhados com as projeções da Conab divulgadas anteriormente. Recentes chuvas estão beneficiando a cultura do algodão em estados produtores. Porém, para repetir o recorde do ano passado, são necessárias chuvas durante o enchimento de capulhos, especialmente em lavouras de segunda safra.
O clima favorável também aumentou a pressão de pragas como mosca-branca e lagartas como spodóptera, mas estão sob controle. A primeira reunião oficial da Câmara Setorial, liderada pela Abrapa e com representantes de toda a cadeia produtiva, discutiu esses aspectos, com participação de indústria, exportadores, Conab e Mapa. Uma reunião extraordinária anterior abordou a quebra na safra de soja e apoios aos produtores.
De acordo com o presidente da Câmara Setorial e da Abrapa, Alexandre Schenkel, as lavouras de algodão estão em excelentes condições no Brasil, e o grande volume a ser colhido reforça a necessidade de continuar investindo na abertura de mercados para o algodão brasileiro. “Isso vem sendo feito de maneira intensiva, através do programa Cotton Brazil, que reúne a Abrapa, a Anea e a Apex na realização de ações de promoção da fibra no mercado externo. Mas precisamos também diversificar e balancear esses mercados. Hoje, 60% do algodão brasileiro vai para a China, o que é muito bom, mas a concentração é sempre preocupante”, afirmou.