Publicado em 30/03/2024 08h54

Quedas dos custos recupera avicultura

Os preços da carne de frango no mercado atacadista mantiveram-se relativamente estáveis.
Por: Leonardo Gottems

No cenário da avicultura brasileira, o mês de março foi marcado por uma notável recuperação, impulsionada por uma combinação de fatores favoráveis, incluindo a queda dos custos de ração e um fluxo robusto de exportações. De acordo com análises do Itaú BBA, esta recuperação é especialmente significativa quando comparada ao mesmo período do ano anterior, refletindo uma tendência positiva para o setor.

Uma das principais contribuições para essa recuperação foi a contínua queda nos custos de ração, impulsionada tanto pelo milho quanto pelo farelo de soja. No Paraná, por exemplo, o preço do cereal voltou a patamares de R$ 54/saca, representando uma queda de 4% em relação ao mês anterior. Esse declínio nos custos de produção é particularmente notável quando consideramos que, no mesmo período do ano anterior, os custos de produção estavam 23% mais elevados.

Os preços da carne de frango no mercado atacadista mantiveram-se relativamente estáveis ao longo do mês de março, com uma pequena queda em comparação ao mês anterior. No entanto, na média mensal até o dia 20, a ave inteira congelada no estado de São Paulo foi negociada a R$ 7,30/kg, representando um aumento de 2,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa estabilidade nos preços da ave, combinada com a redução dos custos de produção, estimulou uma recuperação nos spreads da avicultura, com expectativa de fechar próximo dos 4% em março, em comparação com os 3,2% registrados em fevereiro de 2024.

No que diz respeito às exportações, o primeiro bimestre do ano registrou um volume de 753 mil toneladas, uma redução marginal de 1,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, essa diminuição deve ser interpretada dentro do contexto de uma base de comparação elevada, tornando o resultado geral positivo. Além disso, os preços médios de exportação de carne de frango in natura apresentaram uma alta significativa de 4,2% em fevereiro de 2024 em relação ao mês anterior, com indicações de nova elevação até a terceira semana de março.

Publicidade