De acordo com o relatório da hEDGEpoint Global Markets, as importações de café na União Europeia estão testemunhando uma concentração entre os cinco principais países exportadores, que agora constituem impressionantes 79% das importações. Esse aumento constante na concentração desafia as normas sazonais e reflete a dinâmica comercial pós-pandemia.
Foto de Daniel Ramirez por Pixabay
Natália Gandolphi, analista de Café da hEDGEpoint, destaca que o Brasil lidera essa concentração, representando uma participação dominante de 45%, impulsionada também pela dependência crescente do conilon brasileiro. Enquanto isso, Uganda está emergindo como uma alternativa no segmento robusta, enquanto o Vietnã enfrenta desafios de abastecimento, refletindo sua menor participação no último trimestre de 2023.
A queda nas importações desde 2022, impulsionada por custos de armazenamento crescentes e legislação ambiental mais rigorosa, levou a uma maior dependência de estoques locais na UE. Isso, por sua vez, sustentou os preços do café, apesar da redução das importações e do aumento da concentração.
Os estoques finais projetados para o ciclo 23/24 são de 9,08 milhões de sacas, um aumento significativo de 25%, superando a média esperada para o período. No entanto, Natália destaca que esse aumento não é sem precedentes e faz referência a um aumento ainda maior nos estoques durante o ciclo 13/14, que ajudou a sustentar o comércio durante um ponto de déficit global.