Publicado em 25/03/2024 08h14

Só venda o milho necessário

Safra da Argentina é um fator de alta.
Por: Leonardo Gottems

De acordo com informações divulgadas pela TF Agroeconômica, a recomendação é só vender o necessário para pagar as contas, porque existe grande chance de os preços do milho voltarem a subir no segundo semestre, embora não muito. “Da parte que você tiver que vender no mercado físico, reserve entre 5-8% para comprar contratos na B3, para aproveitar as altas do segundo semestre, que deverão vir com a disputa entre exportadores e indústrias de carne”, comenta.

A menor estimativa para a safra da Argentina e a maior disputa entre indústrias e exportadores no Brasil são os fatores de alta para o milho. “A Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu na quinta-feira sua projeção, de 56,5 milhões para 54 milhões de toneladas. Segundo a bolsa, o ajuste foi motivado pela onda de calor em fevereiro no centro da área agrícola e pelo aumento da incidência da cigarrinha-do-milho em lavouras semeadas mais tarde no centro e no norte do país”, indica.

“No Brasil, a maior disputa entre indústrias e exportadores deve começar em maio e se acentuar no segundo semestre. Os maiores estados produtores de carne foram os mais atingidos pela seca, de modo que se espera maior demanda interna, versus demanda externa, elevando (um pouco) os preços domésticos mais do que em Chicago, que é o contrário do que está acontecendo no primeiro semestre”, completa.

A baixa está sendo motivada pela ampla oferta norte-americana e pelas chuvas no Meio-Oeste dos EUA e pela preferência por milho norte-americano, neste semestre. “Segundo a Granar, essas precipitações são particularmente favoráveis para Iowa, o principal produtor de milho do país e o Estado que mais necessita de umidade para o início do plantio da safra 2024/25”, indica.

“Enquanto a exportação brasileira de milho em março não deve passar de 780.053 toneladas, segundo a ANE, os exportadores dos Estados Unidos relataram vendas 1,19 milhão de toneladas de milho da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 14 de março, informou há pouco o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O volume representa baixa de 8% ante a semana anterior, mas alta de 10% em relação à média das quatro semanas anteriores”, conclui.

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