A recomendação da TF Agroeconômica para a soja continua sendo vender no físico somente o necessário para pagar os compromissos assumidos. Depois disso, o interessante é “reservar algo como 5-8% para comprar contratos futuros a fim de aproveitar as altas futuras que estão se desenhando pela frente, principalmente diante da possível liquidação de contratos vendidos que estão se acumulando nos últimos meses”.
Os dois fatores de alta para a soja são as quebras nos produtores com capacidade considerável de esmagamento e a boa demanda da China. “No Brasil, estados com grande capacidade de esmagamento, como o PR, todo o Centro-Oeste e Sudeste, tiveram fortes quebras de safra e deverão ver disputas de matéria-prima entre indústrias esmagadoras locais, para fazer biodiesel e farelo para suas indústrias de carnes e os exportadores de grão, elevando (um pouco) os preços”, comenta.
“O Brasil continua a ter os preços mais competitivos no mercado internacional, como mostra o quadro abaixo e isto mantém a preferência chinesa. Além disso, o índice de Profat do Brasil é maior que a soja dos concorrentes, explicando a razão da preferência pela soja brasileira”, completa.
Para a baixa se destaca o avanço da colheita no Brasil, a preferência dos compradores com o nosso país e as boas perspectivas para a safra da Argentina. “A Reuters informou que as exportações brasileiras de soja para a China no primeiro bimestre aumentaram 211% na comparação anual, para 6,96 milhões de toneladas. O volume representa mais de 53% do total importado pelo país asiático no período, de 13,04 milhões de toneladas. Isto faz pressão sobre as cotações de Chicago, embora aumente os prêmios no Brasil”, indica.
“Na quinta, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires disse que a condição das lavouras de soja no país ficou estável na última semana. Segundo a bolsa, 84% da safra apresentava condição entre normal e excelente, sem variação ante a semana anterior. A parcela em condição regular ou ruim se manteve em 16%”, conclui.