Publicado em 08/03/2024 16h43

Dinâmica difícil para o mercado do feijão

Existe uma dificuldade de entender o mercado.
Por: Leonardo Gottems

A dificuldade em compreender os rumos dos preços do feijão-carioca no Brasil encontra-se atrelada a dois fatores principais, destacados pelo Instituto Brasileiro de feijão e Pulses (Ibrafe). Em primeiro lugar, o fenômeno do cultivo em silêncio tem contribuído para um aumento não planejado na oferta, podendo resultar em um volume maior do que o inicialmente previsto. Este comportamento, motivado pelos preços elevados, dificulta a antecipação das dinâmicas do mercado.

O segundo fator crítico é a presença de feijões manchados e danificados. Contrariamente à expectativa de que o preço do feijão deveria refletir sua qualidade intrínseca, a aparência tem sido um elemento determinante na formação dos valores. Feijões considerados inferiores em termos estéticos enfrentam desvalorização, criando uma dificuldade adicional na definição justa dos preços e na perda de referências no mercado.

A interação desses fatores aponta para uma tendência de queda nos preços do feijão-carioca. O aumento imprevisto na oferta, somado à desvalorização de feijões com aparência inferior, configura um cenário propício para a redução nos valores praticados. Entretanto, a incerteza persiste, uma vez que o volume de feijão armazenado nas propriedades permanece desconhecido, complicando a previsão da estabilidade do mercado.

“Esconder o jogo acaba sendo um tiro no pé. A dificuldade que temos no momento para entender os rumos dos preços do feijão-carioca está presa a dois fatores, pelo menos. O primeiro é que, com os preços super elevados dos feijões, muita gente plantou em silêncio para aproveitar. Isso faz com que o volume ofertado possa ser maior do que inicialmente previsto. O segundo fator são os Feijões manchados e danificados. Nem sempre o preço daquele feijão caiu”, conclui.

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