Publicado em 04/03/2024 11h53

O que preciso saber sobre o mercado do milho?

No Brasil, estados de grande consumo de milho como RS, SC e PR enfrentam uma significativa quebra de safra.
Por: Leonardo Gottems

O mercado de milho enfrenta um panorama dinâmico, com fatores tanto altistas quanto baixistas moldando os preços globais do grão. Conforme dados da TF Agroeconômica, o aumento nas exportações dos Estados Unidos destaca-se, com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revelando reservas de milho de 1,08 MMT para a semana encerrada em 22/02.

Esse valor superou as 820 mil MT da semana anterior, alinhando-se às expectativas. As vendas da safra nova totalizaram 165 mil toneladas, elevando a carteira futura para 1,62 milhões de toneladas, mantendo-se 5% à frente em relação ao mesmo ponto no ano passado. Os compromissos de safra velha estão 30% à frente do ritmo do ano passado, totalizando 38,12 MT.

No Brasil, estados de grande consumo de milho como RS, SC e PR enfrentam uma significativa quebra de safra. O Paraná registrou uma retração de 11,7%, e Santa Catarina, 6,6%, na soma das três colheitas da safra 23/24. Essa situação levará SC a importar um volume substancialmente maior do que o habitual, enquanto o Paraná, tradicional exportador, poderá se tornar importador, elevando os preços internos desses estados e dos que exportam para eles.

Entretanto, no cenário baixista, observa-se o recuo nos preços do trigo, influenciando o mercado do milho, já que ambos são substitutos diretos em ração animal. A oferta ampla nos Estados Unidos e Argentina, aliada às expectativas de uma safra robusta em 2024/25, contribuem para a pressão baixista nos preços. Na Argentina, 87% da safra apresenta condições entre normais e excelentes, conforme relato da Bolsa de Cereais de Buenos Aires.

Em resumo, as informações destacam a complexidade do mercado de milho, onde as projeções de exportações americanas e o consumo de milho para etanol nos EUA contrastam com as adversidades na produção brasileira e os fatores baixistas, como o recuo nos preços do trigo e a ampla oferta nos Estados Unidos e Argentina.