Publicado em 22/02/2024 10h58

França flexibiliza controle de pesticidas

Essa decisão visa garantir que os agricultores franceses não enfrentem desvantagens.
Por: Leonardo Gottems

Na quarta-feira, o primeiro-ministro Gabriel Attal anunciou que a França abandonará os rígidos controles nacionais sobre as vendas de pesticidas em favor de um indicador mais flexível utilizado na União Europeia. Este movimento visa apaziguar os agricultores inquietos e atende a uma demanda de longa data, abandonando o indicador NODU, criticado pelos agricultores, em favor do HRI-1, utilizado em toda a UE para medir o progresso na redução do uso de pesticidas até 2030.

Imagem de Vitor Dutra Kaosnoff por Pixabay

Em uma conferência de imprensa, Attal revelou outra medida em que a França proibirá as importações de produtos alimentares contendo vestígios do pesticida tiaclopride, atualmente proibido na UE. Essa decisão visa garantir que os agricultores franceses não enfrentem desvantagens em relação aos concorrentes estrangeiros. Esta proibição entra em vigor a partir de sexta-feira, em resposta às manifestações de agricultores furiosos contra a burocracia verde da UE e a concorrência de importações com padrões ambientais diferentes.

Attal afirmou que a recusa em aderir estritamente às diretrizes da UE sobre pesticidas era uma demanda dos agricultores. Apesar das críticas à metodologia do indicador HRI-1 pela UE, a França seguirá essa abordagem em seu plano para reduzir pela metade o uso de pesticidas até 2030. Este anúncio ocorre em meio a protestos generalizados na França e na Europa.

Além disso, Attal anunciou que o trabalho agrícola seria incluído em uma lista de setores da economia com escassez de mão de obra, facilitando aos empregadores a obtenção de vistos temporários para trabalhadores migrantes. O novo plano do governo sobre pesticidas será apresentado no próximo Salon International de l'Agriculture, uma feira agrícola anual em Paris.