Na última semana, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deu um discurso onde comparou os ataques israelenses à Faixa de Gaza ao Holocausto. Contudo, essa fala parece ter criado um burburinho no mercado externo brasileiro, que mantém comercio com Israel.
No entanto, apesar dos burburinhos, a tendência é de que o comércio entre os dois países continue, já que, segundo o presidente da Câmara Brasil-Israel (BRIL Chamber), Renato Ochman, “a repercussão da declaração do presidente pode afetar a importação de tecnologia de Israel, em setores prioritários, como medicina, segurança e proteção de inteligência”.
“Quando um país compra uma tecnologia de outro é porque há demanda por aquele serviço. Já são muitos projetos avançando no Brasil com tecnologia israelense. E quem perde é quem recebe essa tecnologia. Nós imaginamos que haja uma compreensão entre Brasil e Israel de que a questão comercial tem que ser tratada à parte. Se tiverem lucidez com os negócios, as parcerias vão seguir”, disse.
Em 2023, de acordo com os registros da plataforma governamental ComexStat, o Brasil destacou-se como exportador para Israel, totalizando US$ 662 milhões em produtos. Entre os principais itens negociados, destacam-se óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, que lideraram a lista com um valor expressivo de US$ 139 milhões.
Adicionalmente, no panorama das exportações brasileiras para Israel em 2023, a carne bovina se destacou como uma importante contribuinte, totalizando expressivos US$ 127 milhões. Seguindo essa tendência, a soja também desempenhou um papel significativo, registrando uma cifra notável de US$ 121 milhões. Além disso, o farelo de soja e o milho contribuíram de maneira substancial para o cenário exportador, somando respectivamente US$ 63 milhões e US$ 38 milhões.