Publicado em 11/02/2024 14h00

Recuperações judiciais preocupam setor

“A Anec vê com muita preocupação o crescimento do número de pedidos de recuperação judicial".
Por: Leonardo Gottems

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) demonstrou preocupação com o aumento de pedidos de recuperação judicial por agricultores no Brasil, alertando que isso pode afetar a execução de contratos de grãos e comprometer a entrega planejada na temporada. A associação também destacou que a situação pode prejudicar a capacidade dos comerciantes de concluir programas de exportação. Grupos de agricultores, como Aprosoja-MT e Aprosoja Brasil, ainda não comentaram sobre o assunto.

“A Anec vê com muita preocupação o crescimento do número de pedidos de recuperação judicial especialmente a partir das informações que lhes têm chegado ao seu conhecimento, de que aos produtores vêm sendo ofertado – de forma indiscriminada e muitas vezes mal-intencionada – o procedimento, como meio de renegociação de dívidas e contratos”, disse.

A Anec, que representa grandes comerciantes globais de grãos como ADM, Bunge, Cargill, Louis Dreyfus Commodities e Chinsa Cofco, reconheceu, em um relatório, a utilidade da recuperação judicial como instrumento para garantir a continuidade das atividades de produtores em situações específicas.

Mas alertou que “a crescente procura por esse procedimento, muitas vezes escolhido sem o devido critério pelo produtor, levado a ele por desinformação ou má-fé, tem um custo para toda a cadeia econômica e para a imagem do país no exterior”.

A entidade alertou que os produtores enfrentam uma forte queda na oferta de crédito, com aumento nos custos. O Brasil, líder global na produção e exportação de soja e significativo fornecedor de milho para Ásia, Europa e Oriente Médio, terá uma produção de grãos abaixo das expectativas nesta temporada, devido aos efeitos adversos do padrão climático El Niño sobre as plantações.

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