O agronegócio continua a desempenhar um papel vital na economia latino-americana, sendo responsável por mais de 25% do PIB brasileiro e mais de 10% em outros países da região. Dentro desse cenário, as Agtechs emergiram como protagonistas, impulsionando o setor e ditando novas tendências tecnológicas.
De acordo com o AgTech Report 2023, a América Latina abriga 769 Agtechs, com 76,5% delas operando no Brasil. Notavelmente, 74% dessas empresas estão focadas em soluções B2B, direcionadas para empresas do setor agrícola. No Brasil, essa participação é ainda mais expressiva, atingindo 81%.
A categoria mais representativa entre as soluções oferecidas é a "agricultura de precisão", respondendo por 17,7% do total. Destacam-se também soluções como software de gestão da produção agropecuária, internet das coisas (IoT) e análise de big data aplicadas ao campo. O cenário mostra um equilíbrio entre biotecnologias, automação, robotização e soluções de marketplace.
Os investimentos no setor AgTech têm sido significativos, ultrapassando US$ 650 milhões desde 2017. É notável que quase 70% desse valor foi captado de 2021 até agora, contrastando com a queda de investimentos em outros setores no ano de 2022. O setor AgTech, ao contrário, registrou um recorde de captação no último ano.
Apesar desse crescimento notável, a conectividade ainda é um desafio, com 73% das propriedades rurais desconectadas da internet, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A falta de acesso à internet torna mais desafiador implementar soluções tecnológicas dependentes dessa infraestrutura.
Outro obstáculo enfrentado pelas Agtechs está enraizado no aspecto cultural. A adoção de novas tecnologias no campo exige uma mudança cultural significativa. Superar essas barreiras culturais torna-se crucial para garantir a eficácia e a aceitação generalizada das soluções tecnológicas propostas pelas Agtechs.
