Técnicas de edição genética estão sendo aplicadas para identificar um fator de tolerância à temperatura que pode conferir proteção ao trigo diante dos desafios imprevisíveis das alterações climáticas. Conduzidos por pesquisadores liderados pelo professor Graham Moore no John Innes Center, os experimentos visam investigar a fertilidade do trigo em condições de altas ou baixas temperaturas.
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A influência significativa da temperatura na fertilidade e no rendimento do trigo, especialmente nas fases iniciais da meiose, foi destacada. Nesse processo, ocorre o cruzamento e emparelhamento dos cromossomos das células-mãe para gerar sementes destinadas à próxima geração, sendo a meiose mais eficiente em temperaturas entre 17 e 23°C. É conhecido que o trigo em desenvolvimento não tolera bem temperaturas elevadas e pode enfrentar falhas em temperaturas baixas durante o verão.
A identificação de fatores genéticos que estabilizam a fertilidade do trigo fora das temperaturas ideais é crucial para o desenvolvimento de culturas mais resistentes ao clima. Pesquisas anteriores sugeriram que o gene meiótico DMC1 desempenha um papel crucial nesse processo de preservação da meiose do trigo em temperaturas baixas e altas.
Os pesquisadores do John Innes Center, utilizando técnicas de edição genética, removeram o gene DMC1 de uma variedade de trigo de primavera chinês. Posteriormente, conduziram experimentos controlados para observar os efeitos de diferentes temperaturas na meiose das plantas mutantes.
Os resultados indicaram que, após aproximadamente uma semana, as plantas mutantes editadas geneticamente foram significativamente afetadas quando cultivadas a uma temperatura de 13°C, com 95% delas apresentando uma diminuição no número de cruzamentos. Em temperaturas mais elevadas, as plantas de trigo cultivadas a 30°C também exibiram uma redução no número de cruzamentos em comparação com as plantas controle.