Cientistas da Universidade de Glasgow desenvolveram um inovador método de proteção de culturas contra uma devastadora doença bacteriana, sem a necessidade de utilizar pulverizações químicas prejudiciais ao meio ambiente. A equipe interdisciplinar revelou um novo método que visa resguardar diversas espécies agrícolas importantes contra a bactéria comum Pseudomonas syringae (Ps).
A Ps e outras espécies bacterianas afetam uma ampla variedade de culturas cruciais tanto no Reino Unido quanto globalmente, incluindo tomates, kiwis, pimentos, azeitonas, soja e árvores frutíferas, resultando em significativas perdas econômicas. As doenças vegetais representam cerca de 15% das perdas globais de colheitas, estimadas em 150 bilhões de dólares anualmente, sendo um terço dessas perdas atribuído a bactérias como a Ps.
O complexo de espécies Ps é composto por mais de 50 variantes conhecidas, responsáveis por doenças como crestamento, mancha e mancha bacteriana. Após a infecção de uma cultura, a doença pode se disseminar rapidamente devido à falta de diversidade genética nas variedades comerciais de culturas.
Utilizando a modificação genética, a equipe conseguiu induzir as plantas a expressarem uma proteína antibiótica específica, conhecida como bacteriocina. Essas plantas foram capazes de combater com êxito a infecção bacteriana sem causar danos às próprias plantas ou ao ambiente circundante. As descobertas, apresentadas no Plant Biotechnology Journal, originam-se dos laboratórios do Dr. Joel Milner, do Plant Science Group, e do Professor Daniel Walker, da Bacteriologia.
A equipe concentrou-se na bacteriocina putidacina L1, produzida por um parente inofensivo das cepas de Ps presentes no solo. Ao expressar essa bacteriocina em plantas de teste, eles observaram proteção contra várias cepas de bactérias Ps. Esta é a primeira vez que a modificação genética para a produção contínua de bacteriocina foi testada com sucesso em plantas.