A qualidade da produção de cana-de-açúcar começa bem antes do cultivo e tem boa parte da rentabilidade dos canavieiros ligada aos cuidados com solo. Mais do que preservar a planta, o desenvolvimento até a colheita tem relação com o acesso das raízes a nutrientes e, principalmente, à água presente nas camadas mais inferiores do solo, que, quando preservado, por meio de ações para a descompactação, pode proporcionar uma infiltração sete vezes maior e minimizar os custos dos produtores com irrigação.
O especialista em desenvolvimento agronômico da Grunner, Tedson Azevedo, explica que o acesso das raízes da cana-de-açúcar à água e aos nutrientes presentes no solo é bloqueado quando o terreno apresenta compactação. Essa situação é contrária ao que ocorre em solos descompactados, que garantem a penetração da água.
“Em um solo compactado, o sistema radicular da planta não tem acesso aos nutrientes e água. Isso impossibilita que as raízes penetrem, de maneira profunda, no solo, o que contribui para um terreno mais propenso a erosões e impacta na produtividade da próxima colheita”, explica Azevedo.
Considerando que a raiz cresce onde se tem água, a Grunner realizou o monitoramento da chuva durante os meses de janeiro a novembro e identificou que no solo descompactado 50% do volume de chuva conseguiu ser infiltrado e atingiu a zona onde estão presentes nutrientes essenciais para o desenvolvimento da planta, como, por exemplo, potássio, fósforo e nitrogênio.
“Dos 1.368 milímetros de chuva que identificamos nesse período de 11 meses, a cana que estava com o sistema radicular presente em apenas 40 centímetros de profundidade teve acesso a 27% do volume de água, ou seja, 375 milímetros. Por outro lado, a planta que apresentou seu sistema radicular com um metro de profundidade teve acesso a 677 milímetros, ou seja, 50% da quantidade do volume da chuva estava disponível para ela crescesse, com taxa de infiltração de água de 309 mm/h. A consequência disso foi maior produtividade”, resume Azevedo.
O especialista em desenvolvimento agronômico da Grunner também frisa que estudos realizados no Centro-Sul do Brasil apontaram que a colheita manual de cana-de-açúcar, entre 2003 e 2010, teve uma média de 84,6 toneladas, enquanto, a partir de 2010, com a colheita mecanizada, a média caiu para 75,1 toneladas. Essa queda foi registrada em função da compactação do solo nos canaviais, que impede o crescimento da cana com vigor.
Uma das formas de minimizar essa problemática e garantir o acompanhamento e a preservação da qualidade da lavoura é a mediação do solo, como aponta o CEO da Grunner, Denis Arroyo. “Medir o solo é uma atividade simples, que contribui para a diminuição de custos futuros dos produtores, por exemplo, com irrigação. Ter um controle do terreno faz com que a necessidade de irrigação na lavoura de cana seja dispensada porque o solo descompactado garante esse alto volume de água a partir do que é infiltrado com as chuvas. É importante enfatizar que a água é o insumo mais importante para qualquer cultivo de qualquer cultura”, enfatiza Arroyo.
Se boa parte dos resultados da produtividade dos canaviais começam no acesso das raízes aos nutrientes presentes no solo, no momento do cultivo, os cuidados, literalmente, ficam em cima do solo e exigem um trabalho de controle de tráfego. Com essa etapa sendo realizada no momento da colheita, por máquinas agrícolas, como as Smart Machines da Grunner, que operam com tecnologia de georreferenciamento e direção autônoma, sem desvios no trajeto, Tedson Azevedo destaca a importância de evitar o pisoteio da linha de cana-de-açúcar, o que ajuda a preservar e aumentar a produtividade do canavial.
“O controle de tráfego da tecnologia desenvolvida pela Grunner oferece ao produtor um solo mais saudável e produtivo. Por serem dotadas de piloto automático, nossas soluções possibilitam trafegar dentro da lavoura sem avançar sobre a linha de cana-de-açúcar, preservando e aumentando a produtividade do canavial. O fato de não compactar o solo de maneira generalizada e preservar a cana-soca de zonas compactadas beneficia justamente a produtividade, não só de cana por hectare, mas a produtividade daquilo que remunera o produtor, que é a tonelada de açúcar por hectare (TAH)”, complementa o especialista em desenvolvimento agronômico da companhia.
Com uma média linear de desvio sobre as linhas de cana de apenas 2 cm, com transbordos fixados no chassi das máquinas, gerando o cultivo de 109,3 toneladas em quatro cortes, as Smart Machines são soluções ambientalmente mais corretas, pois consomem menos energia e são menos agressivas na comparação com os tratores convencionais utilizados na colheita.
“Uma Smart Machine, por ter uma eficiência energética maior do que um trator, consegue transportar uma mesma quantidade de cana colhida consumindo uma menor quantidade de diesel. Por serem dotadas de piloto automático, nossas soluções possibilitam trafegar dentro da lavoura, preservando e aumentando a produtividade na colheita, sem compactar o solo”, conclui o especialista.
Um conceito de inovação para atender às necessidades dos produtores de cana-de-açúcar, a Grunner foi criada, em 2018, pelos irmãos Henrique e Mateus Belei, tradicionais produtores de cana de Lençóis Paulista (SP).
Incomodados com o chamado “pisoteio” nas linhas de cana, a dupla adaptou um caminhão para executar a operação de colheita e aplicação de insumos. A estratégia aumentou a produtividade da fazenda, contribuiu para reduzir custos e ajudou no combate as emissões de carbono no processo agrícola.
Desde 2018, a companhia é parceria exclusiva da Mercedes-Benz. O acordo permitiu que os caminhões da marca alemã recebessem o protocolo de tecnologia que deu origem às máquinas Smart Machines da Grunner. O sucesso dessa união fez com que as máquinas da Grunner fossem incluídas no ranking dos dez principais produtos da história da Mercedes, em 2021.