O fenômeno El Niño está impondo um desafio maior às vacas leiteiras: o risco do estresse térmico. "Esse é um problema sério, pois não apenas dificulta o manejo, mas tem impacto direto no bolso do produtor, com queda da produção e prejuízos à qualidade do leite e às taxas de reprodutivas", explica Vanessa Amorim, analista de mercado agro da Belgo Arames.
"O estresse térmico eleva a temperatura corporal das vacas, provocando problemas na fisiologia dos animais. Isso faz com que os animais gastem mais energia para diminuir a temperatura interna, gastando glicose, nutriente fundamental para o melhor desempenho da produção de leite", complementa Vanessa.
Determinados sintomas ajudam o pecuarista a identificar o estresse térmico. "É preciso ficar atento a animais ofegantes, aumento de salivação, redução de ingestão de matéria seca, aumento da frequência cardíaca e respiratória. O gado leiteiro de alta produção é o mais suscetível a essa condição, porque a seleção genética faz com as vacas aumentem o calor metabólico e, consequentemente, tenham menor capacidade de dissipação do calor", afirma a analista de mercado agro da Belgo.
Como medidas preventivas, os produtores devem oferecer áreas de sombreamento, deixar água de qualidade disponível, ter ambientes com boa ventilação e com o piso adequado bem como deixar os animais em ambientes bem dimensionados para a quantidade de gado e confortáveis.
"Em termos de estresse térmico, os produtores de leite precisam focar nas instalações de modo geral. Fibras de aço reforçam o concreto de pisos dos galpões pesados ou leves", comenta Vanessa Amorim. As fibras de aço garantem mais durabilidade às estruturas, assegurando ainda maior produtividade da mão de obra.
Outra solução dividir lotes com o uso de cerca elétrica. Ele permite maior espaçamento entre mourões, além de ser resistente à corrosão e oferecer elevada segurança para as cercas, reduzindo o custo de manutenção e de implantação.
"Promover um ambiente adequado para o plantel é importante não só para garantir produção eficiente, mas também ter leite de qualidade para comercialização", ressalta Vanessa.