Publicado em 07/11/2023 20h43

Entidade teme “extinção iminente da indústria química”

“Mantido esse quadro, o setor corre o risco de fechamento de plantas".
Por: Leonardo Gottems

A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) enviou uma carta aos senadores dos estados com indústrias petroquímicas, solicitando apoio para as emendas 700 e 701 na PEC 45 da Reforma Tributária, que será votada em 07 de novembro. Essas emendas têm o objetivo de estabelecer um regime específico para a indústria química, conforme o Congresso Nacional já deliberou com o Regime Especial da Indústria Química (REIQ). A inclusão das emendas na PEC possibilitaria a correção dessa situação.

Segundo André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, a petroquímica brasileira - a mais sustentável do planeta – vem dando sinais claros de que está caminhando para um processo de extinção por falta de apoio contra a competição predatória de outros países que subsidiam e fornecem petróleo e gás mais barato. “Mantido esse quadro, o setor corre o risco de fechamento de plantas, em especial as de médio e pequeno porte, além de desemprego. O Governo Federal também está perdendo - a receita decorrente de pagamentos de tributos por parte da indústria química diminuiu R$ 6 bilhões de janeiro a setembro de 2023”, enfatizou Passos.

No período entre janeiro e agosto de 2023, comparado ao mesmo intervalo de 2022, a Abiquim conduziu uma análise que revela diversas tendências no setor. A produção registrou uma queda de 11,4%, enquanto as vendas internas diminuíram 10,8%. A demanda interna também apresentou uma redução de 6,3%. Além disso, o índice de preços sofreu uma queda significativa, chegando a -17,2%. O uso da capacidade instalada atingiu apenas 65%, com uma ociosidade de 35%, marcando o pior desempenho dos últimos 30 anos. Notavelmente, a participação das importações na demanda interna alcançou 47%, atingindo um nível recorde. As exportações, por outro lado, diminuíram 3,7% em volume, enquanto as importações aumentaram em 6,0%.