Publicado em 25/10/2023 00h13

Brasil quer ampliar comércio de fertilizantes com países árabes

Durante o 2º Fórum Global Halal Brazil Business, em São Paulo, ministro destacou importância dessa relação comercial para ampliar produtividade brasileira.
Por: Mapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Nesta terça-feira (24), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou do encerramento do 2º Global Halal Brazil Business Forum 2023, em São Paulo. Com o objetivo de apresentar temáticas de relevância para o mercado Halal, o fórum teve início na última segunda-feira (23).

No evento, o ministro afirmou que o Brasil está pronto para incorporar mais 40 milhões de hectares em sua área de produção nos próximos 10 anos sem desmatamento e que pretende contar com parceiros árabes nessa missão.

“Alguns desses países são importantes fornecedores de fertilizantes para o Brasil. Precisamos e queremos ampliar as nossas parcerias para garantir o suprimento deste insumo tão relevante à nossa produção. O setor produtivo nacional está preparado para dar continuidade à vocação do nosso país de ser um grande fornecedor global de alimentos seguros e de qualidade”, afirmou.

Este salto de produtividade vai ocorrer com celeridade e sustentabilidade, segundo Fávaro. “Não faremos [essa incorporação de 40 milhões de hectares] sobre a floresta, mas sobre áreas de baixa produtividade em pastagens. A segunda grande novidade é que não precisaremos esperar mais 50 anos: podemos e devemos incorporá-las nos próximos 10 anos”, assegura.

O embaixador e presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB), Osmar Chohfi, ressaltou que o Fórum permitiu evidenciar a parceria entre o setor público e privado. “O Global Halal 2023 possibilitou o destaque da importância do trabalho em conjunto de empresas, entidades e órgãos governamentais, bem como a nossa parceria com a Apex Brasil”, disse.

Nesses dois dias de evento, seis painéis debateram temas relevantes sobre o mercado muçulmano: as práticas ESG alinhadas com os valores Halal; o valor agregado do produto halal para o consumidor; a tecnologia impulsionando os negócios internacionais halal; halal, logística e hubs estratégicos; e turismo e entretenimento: inovação e competitividade.

Relação internacional

As exportações para os países islâmicos cresceram mais de 15 vezes nas últimas duas décadas, passando de US$1,9 bilhão em 1997 para US$28,3 bilhões em 2022, de acordo com dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI/Mapa). Além disso, cerca de 17% do total das exportações brasileiras, são para esses países.

Os principais importadores são: Irã, Arábia Saudita, Egito, Bangladesh, Emirados Árabes Unidos, Turquia, Indonésia, Argélia, Iraque e Malásia, que correspondem a 75% das exportações agrícolas brasileiras para países islâmicos. E os principais produtos são: açúcar bruto, milho, soja em grãos e carne de frango.

Conforme destacou o ministro no Fórum sobre a importância dos importadores islâmicos de fertilizantes, os principais fornecedores do insumo são: Marrocos, Catar, Israel, Egito, Omã, Argélia, Arábia Saudita e Argélia.

Sobre o mercado halal, o Brasil é o maior produtor e exportador de proteína halal do mundo ainda com concentração da pauta exportadora do agronegócio brasileiro para o mundo halal. A Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa) afirma ainda que o contingente de consumidores de produtos halal já é significativo e tende a crescer nos próximos anos.

Diante disso, o ministro Fávaro ressaltou a importância pela busca de ampliação do comércio bilateral, seja na abertura de mercado, seja também com linhas de acordo comerciais, aumentando também o portfólio de oportunidades recíprocas entre Brasil e países árabes.

O embaixador Chohfi enfatizou que o mercado halal tem crescimento no mercado de alimentos, mas que existem oportunidades de crescimento e valor agregado em toda a cadeia produtiva, incluindo os insumos e logística.

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