Publicado em 24/10/2023 18h00

Fiagros podem ajudar vítimas de tragédias naturais

Áreas agrícolas quase sempre são muito danificadas.
Por: Leonardo Gottems

O surgimento dos Fiagros é visto como uma das melhores notícias para o mercado nos últimos anos, pois oferece oportunidades para os investidores lucrar com o setor mais próspero da economia brasileira e fornece um mecanismo adicional de financiamento para a cadeia produtiva. Essa nova ferramenta é particularmente útil para os produtores rurais do Sul do Brasil, que sofreram perdas significativas devido a um ciclone extratropical, causando danos de R$ 1,181 bilhões na agropecuária, incluindo a morte de mais de 29 mil animais e prejuízos nos cultivos de milho e trigo.

Os efeitos do temporal que atingiu a região não se limitam ao momento da tragédia. Com 1.880 hectares de pastagens danificadas, a tarefa de alimentar os animais sobreviventes será desafiadora. Lavouras de hortaliças, uva, tabaco e laranja também sofreram perdas, e houve destruição de parte da infraestrutura, incluindo galpões, armazéns, silos, estufas, chiqueiros e aviários. Esses prejuízos afetam não apenas os produtores rurais, mas também toda a cadeia produtiva.

Diante desse cenário, os Fiagros não são apenas uma excelente notícia, mas também foram criados no momento oportuno. O ciclone, que causou tanta destruição, não é um evento comum, mas resultado das mudanças climáticas. Além disso, qualquer estado brasileiro ou país do mundo está sujeito a eventos extremos como este. Os Fiagros podem desempenhar um papel na mitigação de danos ambientais. É provável que muitas cidades no Rio Grande do Sul tenham que reconfigurar sua geografia, realocando o que será reconstruído devido à vulnerabilidade da região.

“Desta forma, gera-se novas oportunidades para quem perdeu tudo, mas também para a cadeia produtiva como um todo e para os investidores, que terão retornos ao colocarem parte do capital em fundos focados na recuperação e no desenvolvimento. Pensando nisso, a ideia da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de criar uma regulamentação que viabilize Fiagros que abrangem investimentos em créditos de carbono do mercado voluntário, é mais que acertada e parece acontecer no momento mais adequado para ser posto em prática”, afirma André Ito, da XP Investimentos, no Money Times.