Publicado em 24/10/2023 20h31

Especialistas alertam para problemas no café

Ferrugem pode ser um problema.
Por: Leonardo Gottems

No ano de 2023, a produção de café está enfrentando desafios devido a condições climáticas adversas, como geada em 2021 e seca em 2022. Daniel Faria, engenheiro agrônomo da ADAMA, uma grande empresa do agronegócio, destaca que o baixo volume de chuvas e altas temperaturas em setembro de 2023 estão prejudicando a florada do café. Como resultado, os produtores precisam adotar estratégias de manejo mais cuidadosas, incluindo aplicações precisas, para enfrentar essas condições desfavoráveis.

“O momento da florada do cafeeiro é onde a planta define seu potencial produtivo e nessa fase ocorrem alguns fungos e bactérias – phoma, cercospora e pseudomonas – quem compõem o chamado complexo de doenças de florada e, por isso, a importância de o controle ser feito agora. As áreas que possuem pressão do bicho-mineiro, principal praga do café, como o Cerrado Mineiro, tem janela importante para controle de outubro a novembro para aplicação, e o ideal é fazer essa aplicação ao primeiro sinal da praga”, explica Faria. “Já no Sul de Minas, devemos ter atenção à ferrugem, que foi muito severa na última safra e pode diminuir em 50% o potencial da safra seguinte. A aplicação deve começar em fim de novembro”, alerta.

O engenheiro agrônomo esclarece ainda que, neste ano, a estação chuvosa foi mais longa e, portanto, houve floradas também fora de época. “Isso significa que tem lavoura pronta para a broca-do-café entrar. A praga entra no fruto aproximadamente 60 a 90 dias após o início da florada, por isso, o alerta é para que o controle seja feito de forma antecipada, principalmente nas áreas que tiveram essa florada antecipada”, afirma Faria.

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