A safra global de milho para 2023/24 está projetada em 1,21 bilhão de toneladas, um aumento de 5% em relação à safra anterior, impulsionada pela boa produção nos Estados Unidos, segundo o Itaú BBA. No Brasil, as primeiras estimativas indicam uma área menor plantada com milho na safra 2023/24. O milho brasileiro, com preços mais baixos, resultou em exportações 26% maiores do que no ano passado. No entanto, o avanço da colheita nos EUA e a participação da Ucrânia no mercado internacional podem afetar o ritmo das exportações nos próximos meses.
“A última atualização do USDA manteve a projeção de produção de milho dos EUA em 384 milhões de toneladas, enquanto aumentou a produção ucraniana para 28 milhões de toneladas. O consumo global segue projetado em 1,19 bilhão de toneladas, aumento de 3% sobre a safra 2022/23, enquanto o estoque final passou a 314 milhões de toneladas, crescimento de 5%”, comenta.
A Conab divulgou sua primeira estimativa de safra para o milho no Brasil, prevendo uma área 4,8% menor, com 21,2 milhões de hectares. A venda de fertilizantes para a segunda safra de 2024 está atrasada em relação à média, e a rentabilidade do algodão safrinha para o próximo ano parece mais atrativa, o que pode levar a uma migração de área do milho para o algodão na segunda safra de 2024. Com a expectativa de menor produção em 2024, os contratos de milho na B3 estão em alta, com o vencimento setembro de 2024 cotado em cerca de R$ 65/saca, em comparação com a média mensal de R$ 63/saca em julho e R$ 64/saca em agosto.
“As exportações brasileiras seguem em ritmo acelerado, uma vez que o milho americano está com capacidade de escoamento reduzida diante dos baixos níveis do rio Mississippi. Porém, o avanço da colheita do cereal nos EUA pode melhorar a competitividade americana e, outro ponto a se acompanhar, é o retorno da Ucrânia com maiores volumes no mercado de exportação, o que seria uma grande concorrência para os embarques do milho brasileiro, com possível consequência para os preços e prêmios”, conclui.