A projeção da oferta de soja nos EUA foi reduzida, mas a produção global para a safra 2023/24 ainda será recorde, o que aumentará os estoques mundiais, segundo informações do Itaú BBA. Devido a atrasos na comercialização e aumento do frete nos EUA, a soja brasileira é mais barata que a americana na China. O plantio de soja foi liberado em outubro nas regiões produtoras do Brasil, e de acordo com a Conab, está seguindo o ritmo do ano passado até agora.
“Para a janela entre outubro e dezembro, a soja brasileira segue mais competitiva que a americana e a argentina colocada na China, o que continua atraindo a demanda para o Brasil. Isso porque a comercialização americana do grão está pelo menos 10 p.p. atrasada em relação à média e o frete das barcaças no rio Mississippi está subindo. Com isso, o programa americano de exportação está atrasado, pelo menos 9 milhões de toneladas abaixo do ano passado. A expectativa é de que os prêmios nos EUA iniciem movimento de queda para começar a atrair a demanda chinesa, diante do aumento da disponibilidade do grão com o início da colheita”, comenta.
No mercado internacional, os preços do farelo de soja continuaram em queda durante setembro, mesmo após a divulgação de um esmagamento de soja abaixo do esperado nos EUA e a manutenção da alta ociosidade nas esmagadoras argentinas. O óleo de soja também desvalorizou na CBOT, devido à queda do grão e a outros fatores, como a redução dos RINs. No mercado doméstico, no entanto, a demanda pelo produto manteve os preços estáveis nas principais praças.
“A média dos futuros de 1º vencimento do farelo de soja em setembro foi 5,9% menor em relação às cotações registradas em agosto. O derivado recuou na bolsa de Chicago, mesmo com fundamentos altistas, como a falta do produto argentino”, conclui.