Produtores de batata e tomate estão sempre em alerta quando se fala na Requeima, uma doença causada pelo Phytophthora infestans, um microrganismo semelhante a um fungo e que devido à rápida disseminação e elevado potencial destrutivo, em poucos dias pode causar perda total da produção. A partir de agora eles têm mais um aliado, a multinacional portuguesa Ascenza, pertencente ao Grupo Rovensa, está lançando o Asbelto Pro. Este é um fungicida, sobretudo para fungos Oomicetes, com atividade preventiva, curativa e anti-esporulante, e que chega ao mercado brasileiro em uma formulação inédita, que une os ingredientes ativos Cloridrato de Propamocarbe e Dimetomorfe.
“Estes princípios ativos já são utilizados separadamente, porém, esta é a primeira vez que eles são apresentados juntos em uma mistura. O produto é indicado para o manejo, principalmente para um cenário de alerta, ou seja, quando há condições ambientais extremamente favoráveis ao desenvolvimento da doença”, explica a engenheira agrônoma e expert em marketing e desenvolvimento, Patricia Cesarino.
Além da eficácia dos dois ingredientes ativos, a combinação apresenta um mecanismo de ação complementar que contribui no controle e mitigação do aparecimento de organismos resistentes, já que possui diferentes modos de ação. “Além disso, pode ser facilmente manuseado e aplicado”, reforça.
O Asbelto Pro possui uma capacidade sistêmica importante e que permite uma adequada proteção dos novos tecidos vegetais, acompanhando o crescimento da cultura. “É importante destacar que mesmo em condições favoráveis para a Requeima, pelo seu alto nível de controle o novo fungicida tem alto desempenho para evitar a proliferação do Phytophthora infestans”, completa Patricia.
A Requeima pode ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento da cultura, podendo afetar severamente folhas, hastes, pecíolos e tubérculos. Cultivares suscetíveis ou com baixos níveis de resistência, associados a períodos com baixas temperaturas e alta umidade, são fatores altamente favoráveis à doença. Apesar de muito pesquisada, ainda é uma grande dor de cabeça para o agricultor, pois tem difícil controle.
A pesquisadora do departamento de Fitopatologia da Universidade do Havaí nos Estados Unidos, Janice Uchida, relata que as lesões foliares começam com manchas pequenas, de formato irregular, verde claro e cinza. Em ambientes frios e úmidos se expandem rapidamente para formar grandes podridões negras que se espalham por toda a folha e nos caules da folha e da própria planta.
“A podridão do tubérculo também se desenvolve e é caracterizada por áreas ligeiramente afundadas que têm uma pele marrom arroxeada. Em tubérculos jovens, as infecções são escuras, marrom-avermelhadas e de 5 a 15 mm de profundidade”, cita a pesquisadora. Já em tubérculos armazenados, ela diz que as podridões são afundadas, secas e marrom-claras, mas as áreas infectadas não são distintas do tecido saudável. “Frequentemente ocorre invasão secundária de fungos e bactérias e todo o tubérculo apodrece”, finaliza.