A Rússia atacou a cidade de Odessa, na Ucrânia, utilizando uma frota de 22 drones visando abalar uma cidade estratégica para a economia ucraniana, uma vez que abriga o maior porto de escoamento agrícola do país atacado. Apesar de terem sido neutralizados pela defesa aérea da Ucrânia, os drones causaram incêndios no porto e danificaram um terminal de grãos e danos à infraestrutura foram relatados.
O ataque ocorreu quando em meio às negociações para a manutenção do acordo do Corredor de Grãos do Mar Negro, que está programado para expirar na próxima semana. O diretor da Consultoria de Pesquisas Agrícolas SovEcon, Andreu Sizov, comentou que “o mercado de trigo decidiu ignorar o ataque a Odessa”.
Em sua conta no Twitter, Sizov afirmou que o “trigo está em alta, mas longe dos picos da semana passada. Não concordo 100% com o mercado no momento: é muito cedo para dar de ombros”.
Ainda de acordo com a consultoria SovEcon, a Rússia pode exportar um volume recorde de trigo em julho. Os embarques podem ficar entre 3,7 milhões e 4,1 milhões de toneladas, ante média de 2,8 milhões de toneladas para o mês. Sizov, disse em boletim que as condições favoráveis de mercado e os estoques em níveis recordes contribuem para o bom ritmo de exportação.
Segundo a SovEcon, a maior competitividade do trigo russo vem estimulando a demanda. O cereal russo com 12,5% de proteína é negociado atualmente a US$ 232,50 a tonelada, enquanto o trigo francês está em US$252,00/t na Euronext Paris. No começo de junho, os estoques de trigo nas fazendas da Rússia somavam 15,6 milhões de toneladas, ante 9,7 milhões de toneladas há um ano, disse a consultoria, citando estimativas da Rosstat.