Publicado em 15/06/2023 19h54

Mudança positiva no rating do Brasil impulsiona agronegócio

“A chegada de novos investidores, com essa revisão, é boa para o Brasil".
Por: Leonardo Gottems

Ontem, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings melhorou a perspectiva de rating do Brasil de estável para positiva, mantendo o rating "BB-". Essa mudança tem implicações para o agronegócio, incluindo possíveis reduções nos custos de financiamento e maior confiança dos mercados internacionais. Isso pode impulsionar o crescimento e as oportunidades de exportação para o setor. No entanto, é importante destacar que o Brasil ainda não alcançou o grau de investimento.

Após a decisão de revisão da perspectiva de rating do Brasil, a moeda norte-americana registrou uma queda de 1,15%, sendo cotada a R$ 4,8063. Esse é o menor valor desde 6 de junho de 2022. Por outro lado, o índice Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão com uma alta de 1,99%, atingindo 119.068,77 pontos. Esses movimentos indicam uma reação positiva dos mercados financeiros às perspectivas favoráveis para o país.

A redução da percepção de risco para a economia brasileira torna os ativos do país mais atrativos para investidores. Segundo Felippe Serigati, essa revisão é positiva para o Brasil, atraindo novos investidores. No entanto, para o agronegócio, a queda do dólar pode ter efeitos mistos. Produtores que estão se preparando para a próxima safra podem se beneficiar com custos de produção reduzidos, enquanto aqueles que já estão comercializando a safra atual podem ser impactados negativamente, pois adquiriram insumos com um dólar mais alto. A queda do dólar pode afetar diferentes segmentos do agronegócio de maneira distinta.

“A chegada de novos investidores, com essa revisão, é boa para o Brasil como um todo no curto prazo. No entanto, para o agro no curto prazo, um dólar mais barato pode facilitar a vida de alguns e atrapalhar a de outros. Para os produtores que se preparam para a safra 2023/2024 e fazem a comercialização de insumos e fertilizantes, essa queda é favorável”, indicou o professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP) e pesquisador do Centro de Agronegócios da FGV (FGV Agro).

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