De acordo com John Lin, que é CBO (Chief Business Officer) da Evera, a biologia sintética, segmento da ciência que constroem novos componentes biológicos a partir do DNA de um ser vivo, vem ganhando um espaço cada vez maior na indústria. Ele afirma que a indústria alimentícia e os órgãos competentes precisam investir no desenvolvimento de produtos com alternativas mais saudáveis.
“A produção de alimentos fabricados com ingredientes mais saudáveis, 100% naturais, não serve apenas para responder uma demanda de consumo, mas também para valorizar a produção de alimentos e o seu aproveitamento integral. A consciência da sociedade tem movido as indústrias para efetivamente desenvolver alternativas mais saudáveis e sustentáveis”, comenta ele.
No entanto, ele diz que, em nosso país, ainda temos um longo caminho a percorrer. “Todo tipo de avanço ou inovação só pode ser alcançada após um dedicado período de pesquisa, tendo o objetivo de conhecer melhor o objeto estudado, mas, acima de tudo, de gerar dados e informações que irão servir de base para outros trabalhos de desenvolvimento de soluções tecnológicas para essa indústria. Cada novo bloco de conhecimento é fundamental para gerar essas soluções”, completa.
“Temos visto avanços expressivos no P&D, principalmente no agro. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou em março o Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), onde se registrou avanço de 2,5% no segmento de produtos alimentícios e bebidas, compensando o recuo de 0,5% no grupo de não-alimentícios entre os anos de 2021 e 2022. Ou seja, espaço para crescer não é um desafio para essa indústria.
No momento que crescem também as discussões em torno da produção e consumo de alimentos que não tragam malefícios para o meio ambiente e nem para os seres vivos, o timing é perfeito. Que a construção de pontes e parcerias para o fomento à pesquisa e desenvolvimento conquiste, de fato, este espaço, conseguindo explorar o que for possível na produção de alimentos, desde as sementes até a mesa do consumidor”, conclui.