A 8ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio - CNMA terá como tema “Dobrar o Agro de tamanho com sustentabilidade: A Marca Brasileira”. Entre os assuntos que estarão em pauta o destaque será o tripé segurança alimentar, segurança energética e segurança ambiental, além de reforçar o papel das mulheres do agronegócio como líderes conscientes da necessidade de diálogo e aperfeiçoamento dessas bases.
Segundo o professor e sócio-diretor da Biomarketing José Luiz Tejon, curador de conteúdo do CNMA, o conceito do tema deste ano está suportado por uma mudança de expectativas mundiais após o período da pandemia de Covid-19 e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que teve início no ano passado.
“O Brasil é o único país do mundo que pode oferecer essa trilogia (segurança alimentar, energética e ambiental) de forma convergente, na qual cada uma das pernas do tripé tenha sinergia com as demais. No sistema agroalimentar, somos convocados a aumentar a produção de alimentos, já que podemos expandir sem cortar uma única árvore”, pontua Tejon, cuja afirmação é confirmada pela Embrapa, que já identificou 30 milhões de hectares à disposição do agro brasileiro. Atualmente, segundo a instituição, a área que está inativa pode ser usada para dobrar a produção de grãos do País, levando em 10 anos a cerca de 600 milhões de toneladas de produção.
Segundo o curador, o agro brasileiro precisa se adequar a essa visão sistêmica do negócio para se manter como um fornecedor de alimento que atende as exigências e tendências mundiais. Para isso, precisa estar aberto aos processos de digitalização e aplicar em suas propriedades a gestão cientifica e tecnológica. “Temos que olhar para nossos recursos como parte dos negócios. O agro não vai dobrar sem uma gestão eficiente do solo e da água, por exemplo. Nesse cenário, a mulher tem como vocação estar mais atenta e preparada para entender as necessidades e mudar a gestão das propriedades para que produzam mais e com maior qualidade”.
Em paralelo à expertise brasileira com a produção de grãos, o País conta com um grande potencial de crescimento de produtividade que reside na agricultura familiar, na qual gastronomia, especialidades como azeite, queijos, vinhos, sucos, geleias, pimentas, hortaliças, doces, entre outros produtos, podem ser viabilizados nos arranjos produtivos com iniciativas público-privadas, como o Sebrae.
“O Brasil já possui centenas de exemplos de sucesso, mas ainda pouco percebidos. Com iniciativas de ‘terroir brasilien’, atreladas à agricultura local e vertical, também nas grandes metrópoles será possível encontrar uma fórmula para além de ‘dobrar o agro de tamanho’ na sua visão sistêmica como produção, indústria, comércio e serviços agropecuários, podermos também dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) em 10 anos”, acredita Tejon.
Em um mundo de insegurança energética, o Brasil servirá de exemplo nessa integração do alimento com a energia, como já está em andamento na criação de cooperativas agro energéticas, que podem agregar ao agribusiness brasileiro uma receita de US$ 1.2 trilhão nos próximos anos.
“É neste contexto de dobrar a produção de forma sustentável, com a ação da agroindústria de alimentos e bebidas, dos supermercados, tradings, dos pós e antes da porteira, da ciência e tecnologia, unidos com a educação e conectividade que surgirá novas oportunidades para o agronegócio brasileiro”, assinala.
Para Tejon, nenhuma das ações citadas acima podem existir se não contemplarem o meio ambiente, as mudanças climáticas e a sustentabilidade. Isso significa o uso correto da ciência moderna para um crescimento sustentável, que representa uma gestão eficiente contra o desperdício e acompanha as mensurações dos efeitos do carbono e metano nas propriedades.
“O agro passará a ser uma central de saúde humana, climática, ambiental, vegetal e animal. Instituições de pesquisa, como a Embrapa, Institutos Agronômicos, ONG’s e universidades, unidas ao agronegócio brasileiro, construirão um modelo de produção e uma marca de exportação sob o pilar da sustentabilidade”.
É na condução dessa visão, englobando os três pilares, que está a esperança do mundo com maior segurança alimentar. “As mulheres do agronegócio terão papel fundamental na condução desse projeto, que busca garantir alimentos para todo o mundo com uma produção cada vez mais eficiente e sustentável, aliando aperfeiçoamento, trabalho duro e responsabilidade social e ambiental”, salienta Tejon.
Nesse cenário, a comunicação passa a ter um papel central. “É preciso considerar a comunicação da marca Agro Brasil de forma inteligente e perene, destacando feitos e fatos positivos comprovados do sistema do agronegócio brasileiro para todos os mercados mundiais. Vamos promover uma agrocidadania consciente. É a marca brasileira feita por uma potência agrohumana, dos trópicos para a saúde planetária. A necessidade de investir em comunicação será, portanto, um dos pontos debatidos no CNMA”, adianta Tejon.
Em sua 8ª edição, o CNMA 2023 volta a ser palco do maior encontro entre as mulheres do setor. “Estamos preparando para esse ano um Congresso ainda mais especial, com temas de relevância para o atual cenário e desafios que o agronegócio brasileiro enfrenta no mundo, e como as mulheres do agro têm um papel de destaque nesse novo modelo de produção”, declara a Gerente de Desenvolvimento e Novos Negócios no Transamerica Expo Center, Renata Camargo.
O Diretor Geral do Transamerica Expo Center, Alexandre Marcílio se diz animado e confiante com o sucesso de mais uma edição. “Esperamos que todas as participantes das últimas edições estejam conosco revivendo a atmosfera de união e pujança, características do agronegócio brasileiro. Temos a certeza de que será um evento memorável”.
Mais informações: https://www.mulheresdoagro.com.br/