É a partir desses princípios que o ISI Biomassa (Instituto Senai de Inovação em Biomassa), localizado em Três Lagoas (MS), firmou mais uma parceria para garantir a boa relação com o meio ambiente. Desta vez, a ciência busca pelo desenvolvimento de um biocarvão para reduzir a emissão de CO2 na atmosfera, contribuindo para conter o avanço do aquecimento global.
Realizada em parceria com a mineradora multinacional Anglo American e a startup DeCARB, focada em captura de carbono e desenvolvimento de metodologias de descarbonização e sequestro, o Projeto DeCarbon conta com fomento da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial).
O gerente do ISI Biomassa, João Gabriel Marini, explica sobre a necessidade de explorar novas alternativas no funcionamento das indústrias. “Temos um desafio global na redução de emissões de CO2 e este projeto tem como finalidade o desenvolvimento de materiais que auxiliem na captura e conversão deste gás”, explicou.
Segundo Marini, a mineração é um dos segmentos que busca mitigar as emissões de forma antecipada às regulamentações previstas para serem instituídas nos próximos anos. A iniciativa também representa o comprometimento da empresa com os objetivos para o desenvolvimento sustentável apresentado pela ONU (Organização das Nações Unidas). “Deste modo, é sempre muito gratificante ter o ISI Biomassa como referência no desenvolvimento de novas tecnologias”, destacou.
Para a Anglo American, o projeto está totalmente alinhado com os seus objetivos estratégicos de reduzir as emissões de CO2 nas operações de Níquel. “Com os resultados deste trabalho, temos o potencial de capturar o CO2 presente nos gases da nossa cadeia de produção de ferroníquel e concentrá-lo, transformando em um possível by-product, que poderá ser comercializado para diversos setores produtivos”, explica Marcelo Miranda, especialista de Processo e um dos membros da equipe deste importante projeto.
O objetivo da parceria é desenvolver um projeto de inovação com foco na produção e ativação de biocarvão, gerado através da pirólise de biomassas de bagaço de cana-de-açúcar e resíduos de coco, para aplicação em um sistema de captação de CO2, almejando a redução de emissões de gases efeito estufa. A pirólise é uma reação de decomposição por meio do calor e a biomassa são matérias orgânicas, neste caso, os restos dos vegetais.
Gestor do projeto, o pesquisador industrial, Willian Pereira Gomes, explica qual será a função do biocarvão desenvolvido. “O carvão ativado para captura de carbono vai agir através de filtros. É como se fosse o filtro de geladeira ou de ar-condicionado. Ele será utilizado para adsorver o CO2 que é emitido pela chaminé das indústrias”.
A adsorção significa adesão (fixação) de moléculas de um fluido (o adsorvido) a uma superfície sólida (o adsorvente).
Conforme o pesquisador, na medida em que a captura permite a reutilização do gás capturado em outros processos industriais, esse gás ainda pode ser liberado na atmosfera. Por outro lado, ele ressalta que os gases capturados podem ser reintroduzidos em novas rotas tecnológicas, gerando materiais duráveis, como carbonatos, concreto e polímeros - o que resultaria efetivamente no sequestro do carbono.
Serviço – Mais informações sobre projetos e soluções inovadoras desenvolvidos pelo ISI Biomassa podem ser obtidas pelo e-mail isibiomassa@ms.senai.br ou pelo telefone (67) 3919-2000