A entrada em períodos climáticos de maior calor requer investimentos certeiros na alimentação dos animais da aquacultura para melhorar a performance nutricional e atingir o potencial de desenvolvimento, aumentando a produtividade e otimizando custos ao criador. Por serem animais pecilotérmicos, que mantém a temperatura corporal conforme o ambiente, peixes e camarões possuem hábitos alimentares que também variam conforme a as condições climáticas, interferindo nos índices zootécnicos, como crescimento e conversão alimentar.
Nesse sentido, entre os desafios existentes, a escolha de produtos para a alimentação merece muita atenção, já que contribui para beneficiar uma série de aspectos que interferem na qualidade de peixes e camarões.
O coordenador de Assistência Técnica de Aquacultura da Guabi Nutrição e Saúde Animal, Lisandro Bauer, destaca que os animais tem uma nutrição muito específica durante o ano todo. A diferença é que, com o aquecimento do ambiente, os produtores vão observando a melhora do apetite dos peixes e camarões, aumentando a ingestão de alimentos. “Fornecer a ração adequada, com os ingredientes e nutrientes para cada fase de cultivo, é fundamental. Cada semana tem uma necessidade específica em termos de quantidade e qual ração a ser fornecida”.
Ao passar por cada fase do desenvolvimento, os peixes e camarões necessitam da implantação de nutrientes exclusivos. De acordo com o coordenador, a introdução alimentar deve ser feita de maneira gradual. Ele explica que quando alevinos, recomenda-se a administração de 4% a 15% da biomassa, dividida em 3 a 6 refeições diárias. Esse valor passa a ser de 3% a 4% da biomassa quando estão na fase de crescimento. Quando chegam na fase da engorda, o produtor deve destinar de 1% a 3% da biomassa, fazendo com que o animal possa atingir o tamanho ideal para ser comercializado.
Outro ponto destacado por Bauer é que o planejamento estipulado pelo produtor para atender a demanda nutricional dos peixes é um processo essencial para que todas as etapas sejam feitas otimizando os recursos. “Além de fornecer a ração adequada para cada fase, temos a oportunidade de fornecer aditivos naturais que potencializam toda essa nutrição da ração e ajudam no sistema imunológico”.
Todo a idealização da estratégia é acompanhada de perto pelos técnicos da Guabi Nutrição e Saúde Animal visando a criação de protocolos para a evolução da piscicultura. Por meio do Sistema Guabi de Alto Desempenho (Sigad), uma ferramenta criada pela empresa para estabelecer os valores necessários para melhorar os índices zootécnicos, os produtores passam a ter um entendimento mais detalhado de todo o processo. Produzido com informações baseada nos pilares nutrição, ambiente, genética, infraestrutura, gestão e biossegurança, os técnicos geram o plano de ação e sugerem evoluções, levando uma nova visão de todo o processo ao piscicultor. Essa troca de conhecimento é feita de maneira equilibrada para que o produtor consiga assimilar da melhor forma, gerando ações para resultados positivos.
A produção de pescados no Brasil vem crescendo vertiginosamente ano após ano, ampliando as necessidades de consumo e oferecendo produtos com melhor qualidade para o mercado. Esse aumento é resultado de investimentos em um setor que estava, basicamente, em localidades específicas espalhadas pelo país, possibilitando expansão e ampliando conhecimento. Os dados da PeixeBR mostram que o número de animais produzidos cresceu 45% nos últimos sete anos, chegando a 840 mil toneladas em 2021.