Quem chega a Ribas do Rio Pardo começa a notar a mudança profunda que o megaempreendimento da fábrica de celulose da Suzano trouxe a cidade, com pouco mais de 25 mil habitantes ainda na BR-262. Trânsito intenso de caminhões na rodovia, novos imóveis sendo construídos, hotéis e inúmeros alojamentos margeando a estrada. Lojas cheias no comércio e um fluxo enorme de pessoas agora fazem parte da rotina da pequena cidade.
A transformação veio com o Projeto Cerrado. Anunciado em maio de 2021 e confirmado pelo Conselho de Administração da Suzano no início de novembro do mesmo ano, o Projeto Cerrado receberá investimento total de R$ 19,3 bilhões e, no pico das obras em abril de 2023, deverá gerar cerca de 10 mil empregos diretos. Hoje 6 mil trabalhadores atuam na obra.
Prevista para entrar em operação no segundo semestre de 2024, a nova fábrica – que será a unidade mais competitiva da Suzano –, vai produzir 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano, empregando 3 mil pessoas, entre colaboradores próprios e terceiros, nas áreas florestal e industrial, e movimentando toda a cadeia econômica da região.
As obras de construção da nova fábrica de celulose da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, seguem o cronograma com importantes avanços registrados até o momento.
O principal destaque no mês passado foi a montagem dos pré-moldados das salas elétricas e áreas de processo, como a de Linha de Fibras, Máquinas Extratoras, Caustificação, Plantas Químicas, Preparo de Cavacos e as Caldeiras de Força e Recuperação. Ainda falando em eletricidade, destaca-se a evolução da subestação de seccionamento e da linha de transmissão do sistema elétrico de 138 kV, construído no canteiro de obras.
A empresa ainda registra o trabalho de monitoramento de flora nas proximidades da obra e a entrega de uma nova viatura para a Polícia Civil em Ribas do Rio Pardo, realizada no âmbito do Plano Básico Ambiental (PBA) da empresa. Na quinta-feira também foi lançada a obra de ampliação do hospital municipal que vai ganhar mais 30 novos leitos com recursos de quase R$ 10 milhões.
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) Jaime Verruck, acompanhado do superintendente de Indústria e Comércio Bruno Bastos estiveram na semana passada visitando o local.
O secretário ficou impressionado com o avanço na obra e a grandiosidade do empreendimento. "Esta será a maior empresa do mundo em linha única tecnológica de celulose. Nós vemos que as obras estão extremamente avançadas e a previsão é que dezembro de 2024 nós possamos fazer a inauguração desse empreendimento que tem gerado muitos empregos em Mato Grosso do Sul", destacou Verruck.
Ele destaca que a fábrica vai promover o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), além de gerar oportunidades para os empresários do Mato Grosso do Sul e muitas vagas para as pessoas trabalharem. "Nós acabamos de sair do centro da cidade e vimos quantas filas no comércio, pessoas sendo contratadas, a dinâmica desse município. Então é importante para o Mato Grosso do Sul esse empreendimento captado dentro do governo do Reinaldo Azambuja aonde nós conseguimos mudar a realidade do nosso Estado sendo uma referência mundial", avaliou.
De acordo com informações do diretor executivo Industrial de Celulose, Engenharia e Energia da Suzano, Aires Galhardo, em recente entrevista o Portal Celulose o raio médio estrutural da base florestal que abastecerá a unidade é de apenas 65 km, inferior ao raio médio atual da Suzano, de aproximadamente 220 km. A logística inbound da unidade contará com 50% das operações feitas por veículos hexatrem, o que garante menores custos e emissão reduzida de gases de efeito estufa na atmosfera. O projeto também prevê o uso de equipamentos de última geração que são referência mundial em competitividade e sustentabilidade.
Seguindo a meta da Suzano, a fábrica será a mais verde do setor. “Isso significa que ela foi estruturada de forma a garantir que a adoção das melhores práticas e a escolha de equipamentos resultem em uma fábrica competitiva e com importante contribuição ambiental”, detalhou Galhardo.
Para isso a unidade adotará a gaseificação da biomassa para substituição de combustível fóssil nos fornos de cal, um novo marco da Suzano em ecoeficiência. Como resultado, a empresa terá um excedente de aproximadamente 180 megawatts médios, energia que será exportada para a rede e que é suficiente para abastecer uma cidade com 2,3 milhões de habitantes por um mês.
O Projeto Cerrado também contempla o uso eficiente da água na nova unidade, uma vez que 85% do volume captado no Rio Pardo será tratado no processo produtivo, antes de ser devolvido ao meio ambiente.
Além disso, a nova fábrica busca diminuir seu impacto ambiental até o fim da linha de produção, ou seja, há uma preocupação com o destino correto de seus resíduos. “Reduziremos em 70% o total de resíduos industriais destinados aos aterros e mais de R$ 80 milhões serão investidos nas Unidades de Conversação do Mato Grosso do Sul por meio de compensação ambiental”, ressaltou Aires.
Área de floresta plantada em frente a obra da Suzano
Ao longo de todo o Projeto Cerrado, milhares de empregos serão gerados direta e indiretamente na região de Ribas do Rio Pardo. Já em operação, a nova fábrica da Suzano terá três mil postos de trabalho, diretos e indiretos, para as operações industrial e florestal. No pico da obra, estima-se a criação de dez mil empregos – hoje, esse número é de cerca de seis mil trabalhadores.
De acordo com Galhardo, a construção da nova fábrica segue o princípio de “só é bom para nós se for bom para o mundo”, um dos direcionadores de cultura da companhia. “Nós sabemos que o sucesso do nosso negócio é fruto do desenvolvimento econômico e social”, concluiu o executivo.