O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que, até setembro de 2022, foram abertos 43 novos mercados para os produtos agropecuários brasileiros. Essas aberturas permitem a diversificação e o aumento de oportunidades aos produtores brasileiros.
A abertura de um novo mercado envolve a negociação bilateral até que se chegue a um acordo dos termos que precisam ser atendidos. Entre estes, estão os parâmetros de sanidade animal, certificados sanitários, fitossanitários, veterinários e até adequações na produção a costumes sociais e religiosos, como é o caso das carnes exportadas para os países muçulmanos.
A abertura de mercado não significa que as exportações estejam ocorrendo, apenas que os trâmites legais já estão acertados. Para que os embarques se iniciem, é preciso o trabalho de preparação dos produtores e exportadores, as atividades comerciais e, por fim, a divulgação dos produtores para que ocorram contratos de compra.
Como divulgou o Mapa, com a recente abertura do mercado chinês para o amendoim brasileiro, já são 43 novos mercados abertos em 2022. Nos últimos anos, o destino de exportações brasileiras vem crescendo: em 2019, foram abertos 35 novos mercados; em 2020 e em 2021, 74 e 77 mercados, respectivamente. Com isso, desde 2019 já são 229 novos mercados em 54 países.
A América é o continente com o maior número de novos mercados abertos, são 102 distribuídos em vários países, como Argentina, Colômbia, Peru, Estados Unidos, Guiana, México, Canadá, Equador, Venezuela, Guatemala, Bolívia, Chile, Paraguai, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Uruguai, Cuba e Suriname.
Em seguida, vem a Ásia, com 88 novos mercados, alguns dos principais países parceiros são Arábia Saudita, China, Emirados Árabes, Cazaquistão, Coreia do Sul, Índia, Japão, Malásia, Indonésia, Taiwan, Irã, Tailândia, Mianmar, Singapura, Catar, Camboja, Israel, Vietnã, Iêmen, Líbano, Turquia, Jordânia, Síria, Bahrein, Rússia e Filipinas.
Na África, foram 38 novos mercados espalhados por Egito, Marrocos, Zâmbia, África do Sul, Camarões, Senegal, Cabo Verde e Uganda. Na Oceania, um novo mercado na Austrália.
Os produtos que mais se destacaram para ser importados por esses países foram sementes, ração animal, frutas, plantas, produtos bovinos e material genético.
As sementes brasileiras são um dos novos produtos mais exportados. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Em 2021, o Brasil exportou mais de US$ 280 bilhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Os produtos da indústria extrativa representaram 28,40% do total, e os produtos da Agropecuária 19,68%. O setor com maior destaque foi a Indústria de Transformação, representando 51,38% das exportações.
O produto mais exportado foi o minério de ferro e derivados, que movimentou US$ 44,58 bilhões; depois a soja, com US$ 38,63 bilhões; logo após estão o petróleo e outros óleos minerais, US$ 30,27 bilhões; seguidos do açúcar e do melaço, US$ 9,17 bilhões; e, por fim, a carne bovina, US$ 7,97 bilhões.
Um dos destaques recentes das exportações brasileiras é a carne suína. Após um período de queda nas vendas, devido à recuperação do rebanho chinês do surto da peste suína africana (PSA), o Brasil encontrou novos destinos, como Filipinas, Vietnã, Tailândia, Chile e países do Oriente Médio.
Assim, apenas em agosto, o Brasil já exportou o equivalente a US$ 1,20 bilhão, 34,7% a mais do que no mesmo período do ano passado, quando foram movimentados US$ 896 milhões. Os dados são de um levantamento feito pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).