O crédito é um dos principais gargalos no campo, não somente pela escassez dos recursos, mas também pela burocracia. De um lado os produtores buscam o acesso para financiar a compra de insumos, equipamentos, projetos de irrigação e armazenagem para ampliar a produção, e do outro, as instituições financeiras precisam de garantias para disponibilizar o dinheiro. Para unir as duas pontas, a Agrocheck, startup 100% brasileira, disponibiliza ao mercado a PEA (Potencial Econômico Agrícola), um único documento capaz de gerar uma estimativa de produtividade, talhão por talhão de uma propriedade rural com menos de 10% de erro.
Na prática isso significa quantificar o quanto aquela determinada fazenda gera de receita de forma minuciosa, diferentemente de outras soluções similares que existem no mercado de mensuração de produtividade, as quais realizam o levantamento com muito desvio padrão. “A nossa proposta é reduzir a margem de erro, com mais detalhamento, coisa que ninguém consegue fazer, e isso só é possível graças à experiência do sensoriamento remoto de mais de 15 anos e também a nossa tecnologia que conta com 128 satélites próprios”, aponta Alex Kalef, um dos diretores da Agrocheck.
Além da indicação de produtividade por talhão, o PEA gera ainda dados básicos da propriedade, como: informações cadastrais e legais dos proprietários, uso e ocupação do solo, limites da fazenda e unidades armazenadoras. Além disso, o documento é capaz de apontar remanescente florestal, reserva legal, receita por cultura sequeiro e por cultura irrigada, receita total e ainda três anos de NDVI, com gráficos e estimativas de produção. “O propósito do relatório é ser útil primeiramente para quem concede o crédito, pois quem gerencia o risco vai saber o quanto aquela matrícula está plantando e qual o seu potencial de geração. Após isso, poderá confrontar os dados e tomar a decisão”, diz Kalef.
Já da porteira para dentro, o produtor rural pode usar o documento gerado pela Agrocheck para poder preencher o que os bancos habitualmente pedem, que é o quadro safra. “Em vez dele fazer de forma autodeclaratória por meio de uma planilha de Excel fornecida pelas instituições financeiras, como acontece hoje, agora pode contar com mais um importante relatório que vai poder de fato comprovar o potencial de sua propriedade e daquilo que ele planta”, acrescenta o diretor.
A Agrocheck tem em sua estrutura o conhecimento da HEX 360, empresa referência em tecnologias e inteligência de dados com atuação para diversos órgãos Federais e Ambientais e que agora aplica todo esse conhecimento também no agronegócio. O seu banco de imagem conta mais de um petabyte onde estão armazenados cerca de 10 milhões de registros de propriedades rurais, que resultam em 350 milhões de km² e 35 bilhões de hectares monitorados.
Segundo Kalef, a startup pode favorecer com seu banco de dados e expertise, diversos setores de toda a cadeia agropecuária, pois muitos milhões de hectares hoje classificados como ilícitos por falta de dados, poderão ser reenquadrados para áreas legais. “Qualquer empresa ou entidade que venda, forneça ou faça algum serviço no setor pode ser favorecida com nossa ferramenta, com destaque para os bancos, agentes financiadores, seguradoras, securitizadoras, fundos de investimentos, companhias de avaliação de terra, bem como os próprios produtores”, acrescenta.
A solução se diferencia por ser a única conectada diretamente aos satélites, através das constelações das maiores operadoras do mundo (Head, Airbus, Nasa, ESA, Maxar), entre outras. Além disso, seu processamento próprio digital de imagens em larga escala permite automatização de processos de sensoriamento remoto por meio de Inteligência Artificial e metodologias de análise de dados, juntamente com um poderoso processador digital de imagens, capaz de extrair informação de valor.