O mercado foi pego de surpresa pelo relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O analista sênior da Consultoria TF Agroeconômica, Luiz Pacheco, afirma que o reporte compensou a redução na exportação e aumento dos estoques iniciais com a redução na produção e aumento do esmagamento dentro dos EUA, mantendo os estoques finais inalterados.
De acordo com ele, o mercado esperava números maiores, o que dá um viés altista aos preços da oleaginosa. A produção nos Estados Unidos foi reduzida de 119,16 para 117,38 milhões de toneladas – abaixo dos 119,23 milhões previstos pelo setor privado. Os estoques finais foram mantidos em 5,44 milhões, contra os 6,75 milhões estimados pelas operadoras.
Por outro lado, a produção do Brasil foi aumentada de 149 milhões de toneladas para 152 milhões de toneladas. Na visão da equipe de analistas de mercado da Consultoria TF Agroeconômica, esse é um fator baixista para os preços da soja. Um dado neutro no relatório de oferta e demanda do USDA veio da safra da Argentina, que foi mantida em 51 milhões de toneladas.
Por fim, outro dado importante veio das compras chinesas, que foram elevadas de 97 para 98 milhões de toneladas – um fator considerado altista pelos especialistas da TF. Internacionalmente, o USDA aumentou em 1,22 MT a produção de soja. O comércio global também foi aumentado para 167,88 MT, influenciado principalmente pela Argentina, refletindo seus recentes volumes pesados de “dólar de soja”. “O estoque global de soja foi 1,6 MT maior, para 100,52 MT, quando o mercado esperava apenas um aumento de 0,9 MT em média”, concluem.