A semana anterior foi marcada por leves oscilações em Chicago, o contrato com vencimento em novembro/2022 fechou a sexta-feira valendo U$13,65 o bushel (-0,07%). Já o contrato com vencimento em março/2023 fechou a semana no campo positivo, valendo U$13,86 o bushel (+0,25%).
A estabilidade foi causada pela ausência de novos fatores que pudessem movimentar de forma significativa as cotações. Tudo indica que o mercado aguardará a divulgação do Relatório de Oferta e Demanda Mundial pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), no dia próximo dia 12.
A colheita norte-americana segue avançando bastante, diante do clima favorável. De acordo com o último relatório divulgado pelo USDA, na segunda (3/10), a colheita da soja norte-americana atingiu 22% da área plantada, chegando perto da média de 25% dos últimos 5 anos. Isso vem agradando o mercado.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o momento, o plantio da safra 2022/23 está em constante evolução nos principais estados produtores. Devido ao clima bastante favorável, a quantidade plantada chega a 4,6% da área a nível nacional. No Brasil, o Paraná lidera o plantio com 9%, seguido de Mato Grosso com 8,9% e de Mato Grosso do Sul com 6%.
O baixo interesse nas negociações por parte dos produtores de soja no Brasil refletiu significativamente na exportação mensal. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), houve redução de aproximadamente 12,5% em relação ao mesmo período do ano passado, uma queda de 540 mil toneladas. O incentivo de negociação com dólar mais valorizado na Argentina foi um dos causadores dessa redução.
O dólar teve uma semana de forte desvalorização, fechando a sexta-feira sendo cotado a R$5,21 (-3,38%). A queda da moeda americana no Brasil foi causada por fatores internos, relacionados aos resultados das eleições no primeiro turno - esse fator atraiu os investidores estrangeiros. Contudo, a divulgação dos dados de geração de emprego não-agrícolas (Payroll) nos Estados Unidos, equilibrou a queda da moeda americana. O país criou 263 mil vagas de emprego em setembro, acima da expectativa do mercado de 250 mil.
Segundo o analista de mercado da Grão Direto, com a expressiva queda do dólar, as cotações do mercado brasileiro fecharam a semana com quedas significativas, em relação à semana anterior.
De acordo com Ruan Sene da Grão Direto, o clima ainda continuará sendo o centro das atenções nesta semana, diante da evolução do plantio e desenvolvimento inicial da soja semeada. Na quarta-feira (12/10), apesar do feriado no Brasil, haverá a divulgação do Relatório de Oferta e Demanda Mundial, pelo USDA. Isso poderá direcionar o mercado, diante da indecisão nesse momento.
No exterior, com o fim do feriado na China referente a “Semana Dourada”, o volume de compra poderá aumentar, valorizando as cotações de Chicago. A evolução da colheita norte-americana é o contrapeso desse cenário.
O dólar poderá voltar ao seu movimento de alta diante das incertezas econômicas mundiais. Caso Chicago termine a semana no campo positivo e o dólar em alta, a semana poderá ser marcada por valorizações nos preços da soja no
Na semana anterior, a queda expressiva do dólar acabou afetando as cotações do milho na bolsa brasileira (BM&F), porém o mercado físico sofreu pouca influência nesse sentido. Com isso, o interesse de venda por parte dos produtores continua se aquecendo.
O plantio no Brasil segue acelerado na temporada 2022/23, onde atingiu praticamente 37% da área até o dia 30/09, com clima favorável, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O estado do Rio Grande do Sul lidera o plantio com 66,80%, seguido do Paraná com 60,30% e Santa Catarina com 50,20%.
O mês de setembro foi bastante significativo nas exportações brasileiras. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no seu último boletim, o Brasil teve aumento de aproximadamente 137% nas exportações de milho, em relação a setembro de 2021, totalizando 6,78 milhões de toneladas.
Diante da seca que acometeu a Europa neste ano, a Comissão Europeia estima um aumento de importações, totalizando ao final do período cerca de 21 milhões de toneladas, uma máxima de quatro anos. Portanto, segundo o analista de mercado da Grão Direto, o Brasil poderá continuar sendo um importante fornecedor de milho para o continente europeu.
Chicago finalizou a semana com uma alta de +0,74%, encerrando a semana valendo 6,83 dólares por bushel. Já o dólar teve uma semana de forte desvalorização, fechando a sexta-feira sendo cotado a R$5,21 (-3,38%). Com a queda expressiva do dólar, mesmo com a alta de Chicago, as exportações são menos atrativas.
Para esta semana o clima continuará sendo acompanhado de perto pelo mercado, diante do progresso do plantio e desenvolvimento inicial da safra 2022/23.
Além disso, na quarta-feira (12/10), haverá a divulgação do Relatório de Oferta e Demanda Mundial, pelo USDA. Caso os dados resultem em queda de Chicago, poderá haver um direcionamento para o milho norte-americano, aumentando a concorrência do Brasil. Caso isso aconteça, as cotações poderão ter uma semana de continuidade de desvalorização.
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