“Nossa recomendação é que se venda só o necessário para fazer frente às suas necessidades de caixa, guardando o que for possível para negociar a médio e longo prazos, em que o mercado terá melhores condições de oferecer um preço mais lucrativo, porque temos certeza de que o preço tem plenas condições de subir, neste período”. A sugestão é da Consultoria TF Agroeconômica.
Os analistas de mercado explicam que o Brasil está exportando mais milho, mas “não o suficiente para elevar significativamente os preços”. Segundo eles, a tendência dos preços do milho depende fundamentalmente do volume a ser exportado neste ano, que já chegou a 6,7 milhões de toneladas e, apesar de ter subido 137% ante o mesmo período de 2021 – quando houve quebra de 13 MT.
“O ano de comparação, portanto, não deve ser 2021, mas a safra de 2028/19, quando o país produziu cerca de 100,04 milhões de toneladas e exportou 41,07 MT. Nesta safra, em que produzimos 112,80 MT, a exportação não poderá ser de somente 37 MT, como quer a Conab, mas de algo parecido com 40 MT, mais apropriado ao escoamento do produto e equilíbrio dos preços”, explicam.
Por outro lado, explica a equipe da TF, há “muita demanda represada, que poderá eclodir a médio prazo e elevar os preços”. De acordo com eles, há duas fontes extras de forte demanda no mercado internacional, que podem ser aproveitadas pelo Brasil: A primeira é a Europa, cuja produção caiu de 70,98 MT na safra 21/22, aumentando a sua necessidade de importação para até mais de 20 MT. “E sabemos que a Europa tem forte preferência pelo milho brasileiro, devido à sua melhor consistência”, afirmam.
“A segunda é a China, que já demonstrou em várias ocasiões a urgência em comprar cerca de 10 MT de toneladas de milho do Brasil tendo até assinado, em maio último, um acordo fitossanitário com nosso país, mas, esta operação está encalhada na burocracia que recém agora em outubro encaminhou a documentação pedida pelos chineses para dar andamento ao processo”, conclui a TF.