Publicado em 06/10/2022 09h59

O que mexe nos preços em Outubro

"Inevitavelmente, acompanhar o cenário político-econômico no Brasil".
Por: Leonardo Gottems

“Algodão, café, milho e trigo devem apresentar recordes em seus respectivos valores, considerando-se uma série histórica de 33 anos. Impressionante o que a agricultura deverá entregar em 2022!” A afirmação é do professor Doutor Marcos Fava Neves.

Confira abaixo os “cinco fatos do agro” que, na visão do chamado “Doutor Agro”, podem mexer nos preços e merecem ser acompanhados no mês de Outubro:

    1. Início e evolução no plantio da mega safra brasileira de grãos em 2022/23. Entre setembro e outubro, as principais regiões produtoras iniciam a semeadura e precisamos acompanhar como será o avanço, especialmente torcendo para condições favoráveis de clima (que as chuvas cheguem mais cedo). Vale lembrar que quanto antes avançarmos no plantio, melhores serão as condições para nossa 2ª safra.

    2. Finalização e balanço das safras de milho (safrinha), algodão e culturas de inverno (especialmente o trigo). Como vimos no nosso resumo, as duas primeiras estão com a colheita quase finalizada; e o trigo segue em estágio inicial, mas com bons avanços. Vamos ficar de olho nos números finais agora, a fim de confirmar o que as estimativas vinham apontando nos meses anteriores.

    3. Seguir de olho na safra de grãos nos Estados Unidos, que entra agora na reta final. Algumas culturas, como o milho e o algodão já registram início das colheitas. Vale lembrar que grande parte das culturas foi semeada mais tarde neste ano, o que deve atrasar a operação final, submetendo os campos aos riscos trazidos pelo início do inverno e chegada da neve. A produção, que já vem sendo afetada pelo clima seco, pode ainda vir abaixo neste final de ciclo. Vamos torcer para que isto não aconteça, contribuindo para amenizar os altos custos globais de alimentos e outros.

    4. Continuar acompanhando também o contexto geopolítico global e fatos como a alta na inflação nos Estados Unidos; a grave crise energética na Europa, que também tem afetado os custos e preços nos países do bloco e da região; e o triste conflito entre Rússia e Ucrânia que infelizmente parece estar distante do fim, inclusive com novas graves ameaças por parte da Rússia. É relevante olhar para estes fatos e avaliar como eles estão interferindo em indicadores como o câmbio, petróleo, preços de insumos, transporte e outros.

    5. Inevitavelmente, acompanhar o cenário político-econômico no Brasil. Em outubro acontecem nossas eleições e, a depender de qual será o resultado, teremos diferentes reações nos mercados. Acompanhar estes movimentos para saber como se planejar, antecipar possíveis riscos e até mesmo mapear oportunidades é essencial neste momento!

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