Segundo os dados compilados, as importações brasileiras foram reduzidas em 30%, até o final do mês de agosto, informa o Ibrafe (Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses). O Feijão-preto, que é o mais importado historicamente, teve sua importação reduzida em 48%.
“Já era esperada esta diminuição porque o Brasil produziu mais feijões-pretos neste ano. Mas provavelmente um fator importante tem sido as questões cambiais da Argentina, que impedem que o importador receba integralmente o valor da exportação, uma vez que as cotações para recebimento de câmbio de exportação é oficial e muito longe da cotação do dólar que efetivamente circula na Argentina”, afirma Marcelo Lüders, presidente do Instituto.
De maneira geral, afirma ele, o mundo está passando por problemas no comércio internacional dos mais diversos produtos. “Alguns países com problemas econômicos mais graves têm suas taxas de riscos de insolvência aumentadas”, saliente o dirigente.
“Com isso, as empresas também têm suas ratings prejudicadas, com redução enorme de seus limites para giro de capital. Outros países estão com problemas climáticos ou reduções de área por conta de menor disponibilidade de fertilizantes”, acrescenta.
A semana que passou teve um volume maior de negócios reportados. “A aproximação do final do mês moveu os compradores a comprarem lotes maiores, alguns deles de 10 mil sacos com até 30 dias de prazo, no noroeste de Minas Gerais. Com a disponibilidade atual de feijões-cariocas de melhor qualidade e, portanto, mais caros, abre espaço para maior dificuldade por parte dos empacotadores em encontrar os feijões intermediários. Justamente estes Feijões têm tido maior demanda, uma vez que parte da população opta por Feijão de boa qualidade, no entanto, com cor inferior”, conclui Lüders.