Publicado em 20/09/2022 09h15

Produção de café está estimada em 50,38 milhões de sacas

A colheita já atinge 99% da área destinada para a cultura, e o volume estimado representa um aumento de 5,6% em comparação ao ciclo de 2021.
Por: Conab - Companhia Nacional de Abastecimento

Os produtores brasileiros de café deverão colher 50,38 milhões de sacas na safra 2022, como aponta o 3º Levantamento do grão para a atual temporada, divulgado nesta terça-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A colheita já atinge 99% da área destinada para a cultura, e o volume estimado representa um aumento de 5,6% em comparação ao ciclo de 2021.

De acordo com o levantamento da Conab, a área destinada à cafeicultura nacional em 2022 é de 2,24 milhões hectares, sendo 1,84 milhão de hectares para lavouras em produção e 402 mil hectares de área em formação, o que representa leve aumento de área total cultivada em comparação à safra passada. A produtividade média nacional de café também deve crescer e é projetada em 27,4 sacas por hectare, 3,7% maior em relação ao ano anterior. No entanto, apesar da recuperação registrada, o aumento é inferior ao esperado para 2022 por  ser um ano de bienalidade positiva.

“O clima adverso influenciou de maneira negativa as produtividades nos dois últimos ciclos. Em 2020 o desenvolvimento da cultura foi influenciado pela falta de chuvas e no ano passado, além da estiagem, foram registradas fortes geadas em importantes regiões produtoras”, explica o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas, Sergio De Zen.

Para o café arábica, a Conab espera uma produção de 32,41 milhões de sacas, acréscimo de 3,1% em comparação com a safra anterior. “O crescimento é limitado pela falta de chuvas na fase reprodutiva da cultura, ainda em 2021, e pelas geadas ocorridas em junho e julho do ano passado, principalmente nos estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais”, avalia a superintendente de Informações da Agropecuária da Companhia, Candice Romero Santos.

Fortemente impactado pelo clima adverso, o estado mineiro, principal produtor de café no país, tem produção estimada em 22 milhões de sacas, volume próximo da estabilidade com leve recuo de 0,5% em comparação com a colheita de 2021.  A maior redução ocorreu no sul do estado, com uma queda na produtividade em torno de 17,8%. Já na Bahia, onde o clima se apresentou mais favorável para o desenvolvimento das lavouras, é estimado um crescimento de 11% no desempenho no campo, saindo de 21,1 sacas colhidas por hectare para 23,4 sacas por ha. No Espírito Santo e no Rio de Janeiro a melhora na produtividade é ainda maior, chegando a 30,3 sacas por hectare  nas lavouras cariocas e 27,5 sacas por hectare nos cafezais capixabas de arábica, elevação de 55,9% e 29,5% respectivamente.

No caso do conilon, a Companhia projeta um novo recorde de produção, estimado em um volume próximo a 18 milhões de sacas beneficiadas do produto, acréscimo de 10,3% em relação à safra anterior. Menos afetada pela característica da bienalidade, a planta desta variedade tem apresentado melhora na produtividade a cada ano, atingindo neste ano 46,2 sacas colhidas por hectare, maior número já registrado. Além do bom desempenho, também é previsto um aumento de área na ordem de 3,4%, estimada em 388,8 mil hectares.

Principal produtor de conilon no Brasil, o Espírito Santo tem produção projetada em 12,23 milhões de sacas, incremento de 9% em relação à safra anterior. Neste ano, Rondônia se coloca como o segundo maior produtor dessa variedade do grão, com colheita estimada em 2,8 milhões de sacas do produto beneficiado, seguido da Bahia com colheita esperada em 2,33 milhões de sacas.  

“A tendência é que a produção do conilon continue apresentando crescimento em condições climáticas favoráveis. Há espaço para a melhora na produtividade em importantes regiões produtoras. A Bahia apresenta o melhor desempenho para esta espécie no país, como uma produtividade de 57,9 sacas por hectare. Já para o Espírito Santo e Rondônia a estimativa é que sejam colhidas por hectare 47,2 sacas e 43,1 sacas, respectivamente, o que demonstra o potencial da cultura”, destaca o presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro.

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