As cotações de soja em Chicago despencaram na semana anterior. O contrato com vencimento setembro/2022 fechou a semana valendo U$15,10 o bushel (-6,15%) e o contrato com vencimento em março/2023 valendo U$14,27 o bushel, uma queda de -2,78%.
De acordo com o Analista de Mercado da Grão Direto, a divulgação de crescimento industrial modesto em países chaves para a economia global, em risco iminente de uma recessão econômica, causou impacto negativo na demanda de commodities em geral, inclusive a soja.
Já o clima, mais uma vez, contrariou as previsões iniciais de boletins meteorológicos, trazendo mais uma semana com chuvas representativas, apesar de localizadas. O último Relatório de Condições de Lavouras, divulgado na segunda (29/08), manteve a porcentagem de lavouras boas a excelentes em 57%, indo contra a expectativa de piora do mercado.
O mercado começa a especular possibilidades de safra recorde nos EUA, apesar de adversidades climáticas em algumas regiões. Isso coloca uma pressão baixista nas cotações de Chicago. Além disso, o mês de setembro será marcado pelo início da colheita da safra estadunidense.
O dólar teve uma semana de alta, fechando a sexta-feira valendo R$5,18 (+1,97%). O que influenciou o mercado foi a criação de 315 mil vagas de emprego em agosto nos EUA, porém a taxa de desemprego continuou subindo, atingindo 3,7%. Isso alivia a pressão de uma possível alta de 0,75% na próxima reunião do Banco Central dos EUA. Esse cenário se torna positivo para o Brasil, atraindo capital estrangeiro.
Apesar da queda significativa de Chicago, a alta do dólar acabou anulando boa parte do movimento, provocando estabilidade de preços no mercado ao longo da semana, em relação à anterior.
Em Chicago a semana será mais curta, devido ao feriado (05/09) do Dia do Trabalho . Além disso, aqui no Brasil haverá o feriado na quarta-feira (07/09), celebrando o Dia da Independência.
Previsões climáticas apontam para uma semana com chuvas mal distribuídas no Meio-Oeste norteamericano, de acordo com o NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica). Dessa forma, isso poderá provocar uma valorização em Chicago.
O andamento de compras da China, segundo Ruan Sene da Grão Direto, também poderá continuar influenciando o mercado, enquanto expectativas de safra recorde nos EUA serão contrapeso nesse cenário.
O dólar poderá ter uma semana de queda, pressionado pelo fluxo de entrada de capital estrangeiro no país. Considerando que o mercado dará menos importância aos fatores de alta, somado ao possível recuo do dólar, a semana poderá ser marcada pela queda dos preços no Brasil em relação à semana anterior.
Na semana que passou, as cotações do milho brasileiro tiveram leve valorização, sustentadas pelas exportações aquecidas do cereal. De acordo com o Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o Brasil bateu recorde histórico de exportação de milho no mês de agosto, com volume acima de 7,50 milhões de toneladas, superando as 7,32 milhões de toneladas em agosto de 2019.
Esse acontecimento reforçou a importância do Brasil no suprimento da demanda mundial de milho frente às quebras de produção nos Estados Unidos, Ucrânia, China e União Europeia. A quantidade de importação realizada pelo Brasil foi de 329.507,2 toneladas de milho em agosto deste ano, +126,13% do que em agosto de 2021 - principalmente no Sul do Brasil - com milho proveniente do Paraguai e da Argentina. Logo, Ruan Sene, analista da Grão Direto, conclui que os produtores brasileiros continuam cautelosos com as vendas, com expectativas de obterem preços melhores nas próximas semanas.
O último Relatório de Condições de Lavouras, divulgado na segunda (29/08), trouxe um aumento de 1% nas condições de lavouras boas a excelentes, indo contra a expectativa de piora do mercado. Apesar disso, Chicago (CBOT) finalizou a semana com leve queda de -0,30%, encerrando a semana valendo 6,68 dólares por bushel. Já o dólar fechou a semana com alta de +1,97%, valendo R$5,18.
No cenário de leve queda em Chicago e a alta do dólar, as exportações tendem a aumentar.
De acordo com a Grão Direto, para esta semana, o clima sobre o cinturão produtor norte-americano continuará sendo monitorado de perto, diante do desenvolvimento final das lavouras da nova safra.
A expectativa de continuidade de alto volume de exportação no mês de setembro servirá de suporte para as cotações brasileiras. Diante disso, as cotações poderão ter uma semana de alta.
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