Publicado em 30/08/2022 10h05

Preço de carne bovina se mantém elevado e consumidor está menos confiante

De acordo com o banco holandês Rabobank, há sinais de migração para opções mais baratas como carne moída e fast food.
Por: Estadão Conteúdo

O mercado global de carne bovina continua forte, com os preços no varejo mantendo a tendência de alta ou ficando estáveis no segundo trimestre, disse o Rabobank em relatório trimestral sobre o setor. No entanto, há sinais de diminuição da confiança do consumidor, diante da desaceleração econômica e da alta da inflação, observou o banco. Embora os preços globais de carne bovina no segundo trimestre não tenham subido muito em relação ao trimestre anterior, ainda estão entre 5% e 11% mais altos na comparação anual, disse o Rabobank.

No Brasil, destacou o banco, os preços no varejo subiram 51% ao longo dos últimos dois anos, refletindo fortes volumes de exportação. "Embora os estímulos do governo e a Copa do Mundo possam sustentar o interesse do consumidor nos próximos meses, no prazo mais longo os preços mais altos serão um teste para o consumidor brasileiro e provavelmente resultarão em um maior volume sendo direcionado à exportação", afirmou o banco.

O Rabobank observou que os mercados de carne bovina costumam ser resilientes a mudanças nas condições econômicas, mas que há sinais de que consumidores podem migrar para opções mais baratas como carne moída e fast food. Já os mercados de gado continuam apertados, dando suporte aos preços, disse o banco.

"Os volumes de produção nas principais áreas exportadoras devem continuar relativamente equilibrados nos próximos 12 meses, com aumentos de volume na Austrália e no Brasil contrabalançando uma queda esperada nos EUA", disse o banco.

O Rabobank disse também que os efeitos do relaxamento das restrições associadas à pandemia de covid-19 - alta da inflação e menor crescimento econômico - estão começando a afetar os hábitos de consumo e podem levar a uma maior demanda por aparas de carne, que têm preço mais baixo. EUA, China, Japão e Coreia do Sul estão entre os principais importadores desse item. Como esses países devem enfrentar condições econômicas adversas no segundo semestre, o banco espera um aumento no consumo de aparas.

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