“A pecuária brasileira de ponta é parte da solução para a diminuição da emissão de gases de efeito estufa”, afirma Eduardo Lunardelli Novaes, conselheiro técnico da Associação nacional da pecuária intensiva (ASSOCON). Isso acontece, seja pelo vigor do sequestro e armazenagem de carbono das pastagens tropicais bem manejadas, seja por conta de seu consistente aumento de produtividade, em que se produz mais quilos de carne e litros de leite com emprego de menor volume de recursos naturais. “Adicione a esses elementos a conservação de reservas legais e APPs e ninguém conseguirá competir com a carne brasileira do ponto de vista de pegada de carbono”, diz ele.
O especialista afirma que não há mecanismo mais barato e eficaz para se sequestrar carbono da atmosfera do que aquele chamado "fotossíntese". É precisamente a atividade econômica pecuária que tem a responsabilidade de garantir que esse mecanismo se manifeste em um parcela do território brasileiro maior que as áreas da França, Espanha, Alemanha, Italia e Holanda, somadas.
“Sem a presença do investimento do pecuarista no bom manejo de pastagens, parte considerável dessa área iria se degradar, tornando-se, no limite, deserto. Nesse caso, essas áreas perderiam sua frágil camada fértil de solo, deixando consequentemente de propiciar condições para que carbono seja retirado da atmosfera. O próprio processo de desertificação é, aliás e por si só, grande emissor de gás metano. Já as Reservas Legais e APPs dessas propriedades, que do mesmo modo contribuem para a remoção e armazenamento de carbono, são também financiadas pela pecuária. Em outras palavras, combater o consumo e a produção da carne brasileira é trabalhar, não só pela fome, mas também em prol de verdadeira calamidade ambiental”, completa.